SETE A UM (7x1)
Prof. Antônio de Oliveira
antonioliveira2011@live.com
Sete a um! Um marco histórico. Em casa, em plena Copa do Mundo, Mineirão lotado, no dia 8 de julho de 2014 a seleção brasileira perde para a seleção da Alemanha. Uma derrota histórica, acachapante, culminando com o fim do sonho do hexa. Sem chance para os nossos Deuses do Olimpo. O futebol brasileiro tomou uma goleada que, por pouco, não foi maior. E o brado retumbante cantado no início da partida ficou por conta dos alemães que dele, por merecimento, se apropriaram. Venceu o melhor. Ninguém, pelo menos depois do fracasso, questionou a superioridade do futebol alemão.
Não foi propriamente um pesadelo. Um pesadelo em geral se caracteriza pela opressão durante o sono, causada por sonhos aflitivos. Mas, quando acordamos, acordamos para a realidade. Essa, ainda bem, em geral não corresponde inteiramente à agitação sofrida durante a noite, acompanhada às vezes de convulsões e falas, em voz alta, da pessoa ainda dormindo, num quase desespero. Mas, naquele dia que mais parecia uma noite, ao apito final do juiz, toda a população brasileira, embora perplexa, caiu na real. No dia seguinte, ainda de luto em suas primeiras horas, esse foi o assunto em todo o território nacional. Era verdade. Nossa seleção perdera de 7x1, fato que não ocorria há pelo menos um século.
Um apagão. Um apagão de talentos do futebol brasileiro. E todo mundo teimava em não acreditar no que estava vendo. Entretanto, fora de campo, derrota maior é a que sofremos com o apagão de outro tipo, que dura desde sempre, senão para sempre, na educação, segurança, transporte, cultura, lazer. Praticamente em todo o Brasil, numas regiões mais, noutras menos. E nos três níveis: municipal, estadual e federal. E disso não nos damos conta. Ou, se nos damos conta, fazemos de conta que não estamos vendo. As autoridades, essas, no campo da saúde, ou se tratam no exterior ou nos nossos poucos hospitais padrão FIFA. E os estádios para a Copa do Mundo, hein?...