Terreno "desabandonado".
Quando me mudei para o bairro em que atualmente resido, implantavam um radar eletrônico no meio de uma ladeira muito acentuada. Soube que devido à alta velocidade que os veículos facilmente alcançam, houve um acidente com vítima fatal. Na lateral desta via há um pequeno terreno, e na ocasião havia uma visível cruz de madeira fincada bem ao centro. Ocasionalmente o proprietário do local, a prefeitura ou vizinhos talvez incomodados com a triste lembrança retiravam o símbolo. Assim por algum tempo, talvez anos, o terreno às vezes era um local vazio e abandonado, outras vezes um micro cemitério.
Certo dia notei que no exato local havia uma muda de árvore medindo uns 50 centímetros, estava protegida por uma armação retangular construída com madeiras. Desconheço detalhes do acontecido, mas pôs um fim às divergências de opiniões. E ali se desenvolveu, certamente com a supervisão e apoio de alguém que sempre providenciava adubo e a poda do capim que dominava. Confesso que por um longo tempo deixou de chamar minha atenção.
Hoje no local há uma bela e frondosa árvore que favorecendo o frescor no terreno proporcionou o crescimento de um lindo gramado ao redor, onde crianças brincam e idosos se reúnem. Eis a transformação: um terreno pequeno deprimente e sem vida que hoje se tornou um lugar alegre, um refúgio agradável para os dias de sol, ou pequeno descanso para a caminhada de quem se atreve a subir a íngreme avenida.
Em cada situação e acontecimento pode se achar, no mínimo, um motivo para reflexão.
* Quantas vezes ao lamentarmos insucessos, perdas ou decepções nos tornamos deprimentes e desagradáveis aos que nos cercam?
* Teimamos em manter um posicionamento que não favorece o crescimento de coisa alguma?
* Como é possível entender e aceitar situações adversas e, apesar da dor, semear esperança de felicidade para um futuro que virá de qualquer forma?
As respostas provavelmente definam o tipo de terreno que cada um é, ou deseja ser!
Desejo uma excelente semana a todos!