GIULIA E ALEX
– Oi, tudo bem?
– Tudo, e você?
– Tudo. Tô esperando pra nascer, e você?
– Eu também. Aliás, agora falta bem pouquinho.
– Eu tô muito feliz, sabia? Tenho certeza que serei muito bem recebida pelo meu papai e pela minha mamãe.
– Nossa, sabe que eu também? Meus pais tiveram que enfrentar muitas dificuldades pra ficarem juntos. E conseguiram. Então agora eu vou chegar pra coroar esse amor tão bonito!
– E os meus pais então? A história deles não é fácil viu? Antes de se conhecerem, precisaram viver muitas coisas. Ficaram com algumas pessoas, mas nunca foram realmente felizes. Era como se faltasse algo. Chegaram até a desistir.
– Nossa, que triste! Parece até a história dos meus pais.
– É, mas aí é que vem a parte bonita da história. Quando eles já estavam se conformando com a ideia de conviver com esse vazio, o destino os uniu. Assim, por acaso.
– Só falta você dizer que um dia eles começaram a conversar, e à medida que conversavam perceberam que havia uma química entre eles, algo que não podiam explicar...
– Exatamente isso. Parecia que eles se conheciam há muuuito tempo. Tanto que daí até se apaixonarem foi um pulinho... hihihi
– Ééé... com os meus aconteceu igualzinho. Mas mesmo depois que se apaixonaram, eles levaram um bom tempo pra poderem ficar juntos. É como se o amor deles precisasse ser testado. E foi um teste muito difícil. Pra você ter uma ideia, tinha dias em que eles não podiam nem conversar. Meu pai sofria muito com isso, e minha mãe ficava triste ao saber que ele estava assim. Mas ela não podia fazer nada. Era como se estivesse presa, vigiada, impedida de falar com ele.
– Tadinhos né? Com o meu papai e minha mamãe era assim também. Eles tiveram que ter muita paciência, muita compreensão e muito carinho até ficarem juntos. É como você falou. O amor dele estava sendo colocado à prova.
– É triste, muito triste mesmo, gostar assim de alguém e não poder estar junto.
– É mesmo.
– Mas se estamos aqui é porque eles conseguiram né?
– Simmm... Essa é a melhor parte! hihihi... Nossa! O papo estava tão bom que só agora eu percebi. Chegou a minha hora. Preciso ir.
– Vai sim. Não deixe eles esperando.
– Adorei te conhecer. Espero te reencontrar um dia.
– Eu também. E tenho o palpite que não vai demorar.
– Sabe que eu sinto a mesma coisa? A propósito, eu me chamo Giulia, e você?
– Eu me chamo Alex. Muito prazer, Giulia.
– O prazer foi meu, Alex. Agora eu vou, tá? Você não vem?
– Vou daqui a alguns minutos.
– Então até um dia, Alex.
– Até já, Giulia.
* Homenagem às mamães e aos papais que sempre lutaram muito, e nunca desistiram de seus sonhos.