CRÔNICA AOS COMPANHEIROS – GREVE DE 2014

Voltemos o olhar para o término da greve e vejamos sob um novo prisma dialético.

Que a protelação de nossos ideais nos fez recuar e traçaremos uma nova estratégia para voltarmos fortalecidos, vitaminados e fazermos uma reeducação de análises e debates.

Não se esqueçam de lembrar que não podemos aceitar tudo o que a vida nos oferece...

Neste ínterim constatamos que o manto negro reflete o brilho da aurora e que ao entardecer o dia abraçará a escuridão noturna e aparecem pontos para mostrar que há esperança e devemos prosseguir a jornada. O amanhã reserva surpresa.

No outono as árvores ficam nuas porque suas folhas pairam em um outro espaço, na primavera as novas folhas ou flores surgem com suas belezas para deixar o dia mais bonito, assim são as pessoas que acreditam nos seus ideais.

Fiquei sem palavras quando recebi o documento que determinava a judicialização da nossa greve, então peço licença para plagiar o filósofo Leonardo Boff e transcrever suas palavras:

“... Ele não ama as crianças, não respeita seus pais, despreza uma classe de trabalhadores e trabalhadoras das mais dignas da sociedade, aquelas pessoas a quem nós confiamos nossos filhos e filhas para que recebam educação e aprendam a respeitar os outros e a acatar as autoridades que foram eleitas para cuidar dos cidadãos.

Essa intolerância mostra falta de coração e de compaixão no sentido mais nobre desta virtude que é sentir a necessidade do outro, colocar-se ao seu lado para aliviar seu padecimento e resgatar a justiça mínima de um salário necessário para a vida.

Recordo as palavras da revelação consignadas no livro do Eclesiástico, 34, 27: ”Derrama sangue, quem priva o assalariado de seu salário".

Não queremos um representante que transforma nossos sonhos em pesadelos por não querer ceder nada aos servidores que pedem o que é minimamente certo e justo e a representação governista só aceita negociar quando há uma determinação jurídica.

Vou usar mais um recurso da linguagem: - Não esqueça de esquecer: sou cidadã, sou indígena, sou militante, sou idealista, sou servidora pública, sou mãe, sou estudante... e também voto.

E as nossas reivindicações engavetadas, esquecidas, proteladas...

Ei! Psiu! Oxi...

Voltamos a nossa realidade.

O SINASEFE participara no dia 09/07/2014 de uma reunião com a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC). Naquele encontro fora elaborado uma agenda de negociações, baseado na pauta de reivindicações que fora protocolizada por nossa representação sindical, dividida em cinco blocos.

O SINASEFE comunicara no dia da reunião que a suspensão do movimento paredista fora deliberada na 125ª Plenária (05/07/2014) e enfatizara a necessidade de construção coletiva dos calendários de reposição com a participação dos comandos de greve e/ou seções sindicais.

O resultado do debate deste ponto com a secretaria foi sistematizado no ofício 210/2014, encaminhado hoje ao ministério.

Podemos constatar que os pontos propostos pela pauta do SINASEFE não foram contra argumentado pela base governista o que sinaliza o reconhecimento da magnanimidade de nossas reivindicações, posso dar ênfase “racionalização” que se arrasta desde a implantação do PCCTAE/2005, estamos em 2014 e o que foi modificado?

O documento prevê e ratifica a realização de seis reuniões até setembro/2014.

Foi proposto para o mês de julho dois debates que envolveriam somente a SETEC.

Os pontos de reivindicação da categoria serão debatidos nos dias 24 e 25 de julho, em reunião com SINASEFE e a secretaria, de acordo com a agenda.

Elaboração do cronograma – e mais importante fora estabelecida metodologia de trabalho e solicitados a participação do (MPOG, MD, SESU, FASUBRA, CONIF e ANDES-SN) convidados pela SETEC para debates dos assuntos pertinentes.

Serão realizadas as primeiras reuniões, seguindo o cronograma, nas quais os participantes definirão o fluxo das atividades.

Acompanhe os informes.

Eu acredito na representação do SINASEFE porque tive a oportunidade de conhecer de perto pessoas maravilhosas que jamais serão esquecidas no momento crucial das nossas reivindicações: Flávia Carvalho, Eugênia Tavares Martins, Silvana Schuler Pineda, Raquel Kotnick, Rosinha Castro, Helena Azevedo, Alexandre Fleming, William Carvalho, Lindon Jonhson, Fabiano, Felipe Oliver, LP Cleber Melo Silva, Jol Jhek, Cezar Laurence Barros, Venício Soares, Monalisa, Mário Júnior, Samanta, Daisy Caetano, Valmir, meu advogado predileto e todos aqueles que encontrei na árdua caminhada do comando de geve/2014.

Aos companheiros do Instituto Federal de Alagoas, todos os campi porque há uma história reeditada, vocês são o meu alicerce de grevista, meu obrigada.

Curta, compartilhe, denuncie seja mais um a fazer o diferencial, contamos com você.

A luta continua.

Genuzi
Enviado por Genuzi em 12/07/2014
Código do texto: T4879112
Classificação de conteúdo: seguro