Princesa rosa
Princesa rosa
(Giovanna – 2 aninhos, 26/06...)
Alimentado pela presença, pelo reencontro, pelo apertado e silencioso abraço, do rostinho sorridente, dos seus braços e das suas pequeninas mãos ao redor do meu pescoço, sento-me revigorado, forte o suficiente para passar e suportar, mais uma vez, os longos períodos da sua ausência, consequência da distância que nos separa... Por que moras tão longe?... Saudades!
Recordo no vazio da sua ausência, do seu sorriso farto, inocente, puro como um tenro botão de rosa, do seu lindo rosto de princesa... Saudades!
Rosa feita, como será?
Rindo sozinho, olhando outras crianças correndo a brincar, procuro entender e compreender suas primeiras e inocentes palavras -“déla”, “zêlo”, “basil”-, meias e incompletas palavras, sons – ora baixos ora estridentes -, inteligíveis por vezes e indefinidos, como um tenro botão de rosa, orgulhosamente pronunciadas... Melodias para todos... Saudades! ...
Rosa feita, como será?
Lembranças dos seus primeiros passos, do seu caminhar... Andar meio desequilibrado. A esbarrar, os encontrões nas paredes, nos móveis... Haja obstáculos! A curiosidade insatisfeita, a inquietude de tudo querer tocar, afagar sentir... Descobrir. A bagunça, brinquedos pro ar, fora do lugar. Zangas e pirraças... Beicinhos à mostra. Lindos biquinhos. Uma graça! Como um botão de rosa, num constante esforço, para viver, romper barreiras, a terra, a procura de espaço, ar e luz... Saudades!
Rosa feita, como será?
Saudades! O conta gotas dos encontros, reencontros... Quantas lembranças, por quanto tempo?
Rosa feita, uma linda flor, sentirei o seu perfume?
Jardim, em qual jardim terás a terra adubada, fofada, regada?
BNandú 08/jul/2014