Causa e Efeito


Surpreso fiquei ao descobrir que a dicotomia “Causa e Efeito” não se restringe aos campos da religião, ou da auto-ajuda, sintetizados pelo aforismo: “aqui se faz, aqui se paga”! Em engenharia pude constatar um tal Diagrama de Ishikawa que, em síntese, quer dizer a mesma coisa: se alguém fizer besteira na linha de produção vai sair M.... do outro lado!

Já o economista e sociólogo Max Weber, alemão de sangue bom, em “Economia e Sociedade” cita um tal “cosmos ininterrupto de retribuição ética” ou seja, nossas ações, boas ou más, criam um fluxo que de alguma forma reflete-se no universo, desencadeando energias ou efeitos que nos recompensam ou punem pelo que fizermos. Sou mais pragmático: “deixe de pagar suas contas para ver o que acontece”!

Imagine aquela fila enorme de credores batendo à sua porta, que coisa chata! Outro efeito de uma causa é o hábito de deixar de tomar banho. Experimente! Se for casado(a) em poucos dias sua união matrimonial ameaçará ir às ruínas, exceção feita aos franceses que se “banham” de perfume.

Um exemplo bom da Causa e Efeito nos foi dado por Jesus quando disse: “virai a outra face”, quis ele alterar nossa compulsão natural por trucidar quem de alguma forma nos humilha, fazendo com que o mal fosse retribuído com o bem. A lição do Mestre mudou a concepção do mundo, mas ainda está longe de se tornar uma realidade em nossas vidas. Veja só o que a mais poderosa nação cristã fez ao ver ruírem as Torres Gêmeas: atropelou o Iraque e agora atola em sangue no deserto. Causa e Efeito ou estratégia de guerra mal calculada?

O tema é interessante, nos estimula e conduz a diversas reflexões. No campo da física é óbvia a relação: chute um objeto e sentirá o efeito na ponta dos dedos, principalmente se estiver descalço e o objeto em questão for um tijolo.

Algumas religiões transcendem e afirmam que carregamos pela vida afora, no outro lado, depois da morte (já entendeu, “né”?) o fruto do bem o mal que causamos ou fizemos e que ainda os levaremos por outras vidas. O que pode ser chamado de “Carma”. É uma boa doutrina para explicar as diferenças porque alguns nascem ricos e outros pobres, saudáveis ou doentes. A culpa está na outra vida, lá para atrás, e é efeito de alguma besteira que você fez em uma provável(?) vida passada. Entendeu?

Mais ou menos é o seguinte. Você não se lembra da outra vida, porque senão seria o caos! Imagine se você se recorda que era dono de uma baita fazenda que hoje pertence a outro. O que faria? Iria tomar de volta na base da pancada? O que nasceria disso: um novo “Carma” (palavrinha feia). Assim, meu filho, a justiça do universo te faz esquecer de tudo.

Imagine acordar ao lado de uma bela morena, depois de uma noite de amor, e não se lembrar de nada! Seria o inferno. Mas se você acordar ao lado de um “jaburu” na certa vai querer esquecer!

Não sei se deixei bem claro, não sei se você acredita ou não em Causa e Efeito, outra vida, vida após a morte, etc e etc. Mas por via das dúvidas: pague em dia suas contas, faça todo o bem que puder e perdoe todo mundo – inclusive este que vos escreve. Fique na paz e seja feliz!