Copas do Mundo
“ Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor” (Nelson Biasol). A tradicional música cantada pela torcida brasileira durante jogos da seleção na Copa do Mundo.
Em 2006, com a derrota do Brasil para a França por 1x0, escrevi para alguns jornais sob o título “Seleção Calabar”, dizendo: “(...). Os torcedores brasileiros deveriam comemorar porque a Seleção Brasileira é composta por verdadeiros 'Calabar'. Aliás, piores, porque o então desertor alagoano não traiu o Brasil já que, vendo-se diante de uma dupla ação: continuar o seu país a ser colônia portuguesa ou tornar-se colônia holandesa, optou pelos holandeses. A primeira Copa do Mundo foi realizada em Montevidéu em 1930. A vitória final foi da seleção uruguaia, a maioria das equipes eram sul-americanas. Segundo consta, a derrota do Brasil foi comemorada em São Paulo, pois o time brasileiro era conhecido como 'seleção carioca'. Pasmem, agora a maioria dos jogadores jogam na Europa. 'Seleção Calabar'"!
Amigos, em Copas do Mundo (um evento que sempre é custeado com dinheiro público), a maioria do nosso povo entusiasma-se com a Seleção Brasileira de Futebol. Muitos pernambucanos até citam com desenvoltura os nomes dos campeões mundiais pernambucanos, tudo muito bem. Por que esse mesmo povo não se esforça com a mesma emoção em lutar para mudar para melhor o nosso país? Desculpem a minha franqueza, estou torcendo para que esse mesmo povo saiba que patriotismo não é perturbação com foguetório anárquico de quatro em quatro anos. Enquanto isso quantas outras necessidades, como seja, saúde, educação e emprego digno são esquecidos. Além do gasto colossal de dinheiro que traz benefícios, mas para os empresários em geral, autoridades e políticos envolvidos. Como já ia esquecendo, e as tais celebridades?, alguns fazendo papel até de garotos(as) propagandas. Uma verdadeira “lavagem cerebral” realizada em todas Copas do Mundo. Neymar, por exemplo, quando assumiu que vestiria a camisa 10 na Copa, procurou mostrar uma forte personalidade. É lamentável e como é difícil coordenar um conjunto de pessoas com características que diferenciam uma pessoa de outra no pensar, no agir, etc.
A abertura da Copa do Mundo, este ano foi aqui no Brasil e o primeiro jogo foi em 12 de junho, provocando protestos em sete capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Recife Salvador e Porto Alegre. As manifestações repercutiram internacionalmente pelo fato de profissionais da imprensa estarem entre os detidos e feridos. A Anistia Internacional também criticou a ação da Polícia Militar no protesto em São Paulo por fazer uso de força desproporcional para reprimir uma manifestação pacífica. Indignei-me quando assisti pela TV a atitude de um policial militar para com um manifestante, já imobilizado, ficar friamente pondo bem próximo dos olhos do detido jatos de spray (não sei de que), um absurdo! Já aqui no bairro de Campo Grande-Recife, os analfabetos e bajuladores do prefeito e vereadores enfeitaram uma rua com bandeiras e fitas com as cores do Brasil . Armaram umas tendas próximas a um esgoto transbordando detritos e exalando um forte mal cheiro. Com toda inércia do governo Municipal, assistiram todos os jogos cantando (com voz forte) no início das partidas o Hino Nacional: “Oviram dos piranga... “/ “Do que a terra Margarida” / “Mas, se ergue da justiça a Casa Forte...”/ “Dos filho Deus só é mãe... pratamada Brasil”.
Sinceramente, por causa de tanta anarquia dos torcedores mal educados e afrescalhados, fico satisfeitíssimo quando o time do Brasil perde e num instante todos ficam quietinhos. Fiquei com esse desânimo desde quando o time do Brasil perdeu a Copa para a França de Zidane, para mim um dos melhores jogadores do mundo, incluindo é claro, Garrincha e Guaberinha (falecidos), Pelé e outros. A anarquia foi praticamente igual a esta. Finalizando, pra mim essa Copa ainda foi pior. Coincidiu ser realizada nos festejos juninos (São João e São Pedro), misturando-se toques das cornetas Vuvuzelas, criadas pelos africanos na Copa de 2010, fogos com fogueiras e haja fumaça e fedentina!!! Para um bom entendedor, isso é patriotismo? Como o poeta falou: o Brasil coloriu! Perdeu a voz e recolheu a fantasia.
E, para relembrar a famosa seleção “Cacareco”, estou relendo o livro 85 Anos de Bola Rolando, de Givanildo Alves. A elaboração do projeto gráfico e capa foram feitas pelo meu filho Euclides de Andrade Lima.
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