7 a 1 para desintoxicar
“Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor nosso Deus.” Sal 20; 7
Temos nesse canto o contraste entre os que faziam a guerra apostando apenas em sua logística, e outros que confiavam, sobretudo, em Deus. Há os que pensam ser Ele um Deus de religião, que não mete-se em política, tampouco, esportes. Onde Sua Palavra ensina isto? “Quem é como o Senhor nosso Deus, que habita nas alturas? O qual se inclina, para ver o que está nos céus e na terra!” Sal 113 ; 5 e 6 Se Ele se inclina para ver o que passa na Terra, tudo o que passa faz parte de Seu interesse.
Tenho lido analistas tentando explicar a catastrófica derrota da Seleção Brasileira para a Alemanha por 7 x 1 e nenhum me convence. Uns apontam a saída de Neymar e Tiago Silva. Ora, contra Chile e Colômbia Neymar foi comum, apesar de ter brilhado em outras ocasiões. Tiago, não se nega sua excelência, mas, Dante está no mesmo nível.
Outros apontam a escalação de Bernard, em vez de um volante qualquer, como a causa, algo que não convence também. No segundo tempo entraram e nada mudou, aliás, a Alemanha não quis mais forçar mesmo assim, fez dois.
Seria então a Alemanha uma máquina? Não. É um bom time apenas, normal. Teve muita dificuldade para eliminar a Argélia na prorrogação; venceu aos Estados Unidos apenas por um a zero, e sequer conseguiu vencer Gana. Então pode muito bem perder o título, tanto para Argentina quanto Holanda, quem passar.
Certo é que nossa campanha não era nada animadora. Vencemos a Croácia com ajuda do Juiz, pois estava um a um pra lá dos trinta do segundo tempo quando o japonês inventou um pênalty em Fred. Não conseguimos vencer ao México; passamos heroicamente contra Chile e Colômbia; apesar do crescimento dessas seleções, com o devido respeito, mas, não têm tradição alguma no cenário mundial.
Mesmo assim, nossa fraca trajetória não explica a implosão de ontem. Na verdade o futebol tem sido uma droga coletiva que serve para anestesiar a nação que vem sendo inapelavelmente roubada por corruptos obscenos enquanto o Zé drogado canta: “Eeeeu sou brasileeeiro, com muito orguulho, com muito amooor…”
Também sou brasileiro, sobre o amor, não posso evitar; Outro dia quando começou a Copa escrevi um poema que iniciava assim:
“A Copa das Copas”, eis o fim da falácia,
Marketing é muito dócil, o fato, hostil;
Minha razão celebrou o gol da Croácia,
O bosta do coração, os três do Brasil…
Quer dizer, mesmo a razão estando “P” com a corrupção, o uso político da Copa, o coração não consegue evitar amar o Brasil.
Entretanto, orgulho é outra coisa, que não deriva do coração amante simplesmente; antes, quem ama e vê a roubalheira, a arrogância, a canonização da safadeza, sente vergonha, invés de orgulho. Houve mortes na Arena Pantanal, no Itaquerão, um viaduto ligado às obras que deveriam estar prontas para a Copa Ruiu, duas vidas mais se foram, mas a Copa estava fantástica, muitos gols.
A Bíblia ensina que diante da honra vai a humildade, e que Deus exalta os humildes e pune aos soberbos. Se é vero que no passado tínhamos complexo de vira-latas, como disse Nelson Rodrigues, agora, temos complexo de nobres. Não importa o que aconteça, somos os reis, os melhores, o país do futebol.
Tivemos o “Maracanaço” em 50; em 82 nossa melhor seleção de todos os tempos foi eliminada por uma Itália medíocre, e não aprendemos nada. Em 98, lembro uma entrevista do então técnico Zagallo, antes da final; disse: “Ninguém nos tira o Penta”. A França tirou de modo humilhante, com assinatura de Deus. Dois gols de cabeça do camisa dez, Zidane, número dos mandamentos do Eterno, e a cereja na torta, o terceiro foi marcado por um reserva chamado Emmanuel Petit. Emmanuel sabemos, significa, “Deus conosco” e Petit em francês quer dizer, pequeno. Assim, Deus escolheu os pequenos para humilhar aos arrogantes.
Agora, o ônibus multicolorido da Seleção ostentava a seguinte frase: “O hexa vem aí”. Ora, isso é arrogância máxima, total desrespeito aos adversários. Quem está familiarizado às Escrituras sabe bem a importância do número Sete para Deus. Veja quantas vezes repete-se no Apocalipse, por exemplo.
Então estou convencido que Ele interveio de modo doloroso, por que mesmo não sendo Brasileiro, como dizem, nem se orgulhando do culto à safadeza, nos ama. Não esqueçamos que ano passado, antes das manifestações de junho, milhares de evangélicos protestaram pacificamente em Brasília, pedindo entre outras coisas, o fim da corrupção. Se, para a necessária cirurgia precisamos estar isentos de drogas, viva a Alemanha! Obrigado Senhor.