QUEM MATOU A BUZUZU?

e souza

Daniel Cabral e eu às vezes depois de um dia de trabalho íamos para uma lanchonete na Bernardino de Campos, ali falávamos sobre tudo, à mesa criávamos belas histórias, humanamente impossíveis de se concretizarem, mas possíveis de serem escritas. Nessa época uma moça recém chegada na empresa, tornou-se grande colega de trabalho, ela tinha um namorado com o apelido de “buzuzu”, e era buzuzu prá cá, buzuzu prá lá e assim passamos a chamá-la de “buzuzu”. Sentados à mesa da lanchonete, meu amigo propôs que deveríamos escrever uma breve novela e a trama girava em torno do assassinato da personagem que demos o nome de “buzuzu”. Começamos a escrever e criamos todas as cenas de ficção e planejamos toda a mecânica. A novela ficou pronta tempos depois, aí decidimos contar para nossa amiga que ela seria nossa personagem. A moça não veio trabalhar naquele dia, e no outro, e no outro... Semanas depois, nada da buzuzu! O Cabral veio conversar comigo: - Cara, cadê a Buzuzu? – Sei não, faz tempo que ela não aparece. As semanas passavam e nada da moça aparecer. – Ed, cadê ela? – Sumiu! – Como assim sumiu?! – Ed, você foi quem planejou tudo. – É planejei, mas era o seu personagem o assassino. – Espera aí, eu não matei ninguém! – Nem eu. E assim os anos foram passando e nunca mais tivemos notícias da moça, nem perguntamos ao chefe dela o que havia acontecido. Nossa novela foi engavetada e nunca mais tocamos no assunto.(jun. 2005). Encontramo-nos quatro anos depois em um bar na avenida Paulista. Heloísa, (buzuzu), está bem viva, mas não namora mais com o buzuzu.

e-mail: edsontomazdesouza@gmail.com

E Souza
Enviado por E Souza em 07/07/2014
Reeditado em 28/07/2014
Código do texto: T4873010
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