Crônica dos Trinta
Talvez eu tenha vivido bastante, comparado aos outros que não enxergaram a importância do viver.
Certamente vivi menos que alguns, tão corajosos a ponto de beber daquilo que ainda não tive coragem de beber.
Nessa dose rascante de vida, algumas lições que insistimos não ver, eu fui obrigado a aprender.
Tem gosto amargo porque aprendi de forma prática, mas quem sabe lendo aqui, fique mais doce para você.
Foi que cedo ou tarde, doerá muito mais em nós o machucado que fizemos ao próximo, do que a dor que podemos sentir um dia por alguém que pretende nos ofender.
Que podemos escolher entre ser feliz ou ter razão, mas nunca os dois ao mesmo tempo.
Que o compreender deve ser infinito ao ponto de fazer vergonha a quem te magoa.
Que o elogio é a arma dos espertos.
Que a vida dá sempre um jeito. Nem sempre agrada os viventes. De qualquer forma é sempre o melhor jeito que poderia ser.
Muitas vezes não tem suco de laranja, mas as limonadas ficam melhores com o tempo.
Que quando jovem, vivemos com certezas inabaláveis. Mas em pouco tempo alimentaremos cada vez mais dúvidas.
Que a briga ainda nem começou pra valer... Afinal, só tenho 30.