Da Copa, do Neymar e do Viaduto
Dilma disse que esta seria a “Copa das Copas” e, qualquer que fosse o resultado, estaria certa. Fosse a Copa do Brasil um desastre, seria o maior de todas as copas. Felizmente, pelo menos do ponto de vista do futebol, o nosso país tem sido brindado com um excelente espetáculo de nosso melhor esporte, o futebol.
Contudo, no meio dessa alegria que não é por todos compartilhada, desastres acontecem. Desastres com o acidente no viaduto de Belo Horizonte que fez diversas vítimas e feriu tantos outros, no mesmo dia do jogo do Brasil pelas quartas de final.
Fatalidades ocorrem, todos sabemos, mais uma atraem mais que as outras. Penso nas pessoas que tiveram suas vidas encerradas por tal episódio. Estariam elas, como boa parte de nós brasileiros, fazendo planos e se preparando para assistir o jogo? E quanto aos seus sonhos? Quais os planos que se encerraram no dia de hoje?
Não há como saber. Também não há como apontar culpados, embora muitos queiram, dada a 2ª grande paixão nacional que é reclamar de tudo, sem contudo apontar solução alguma. “Ah, a culpa é do Governo que só frauda as licitações, constrói com material de segunda e etc...” Pode até ser. Mas o que nós, brasileiros, temos feito por isso?
Parece-me que findo o dia, o grande desastre do qual tomamos conhecimento foi a contusão do Neymar, que acarretou o fim abrupto de sua participação na copa do mundo. Fico triste por ele. Não o admiro como pessoa, sendo na verdade um forte crítico de toda a mídia que envolve o futebol de alguém que nunca me encantou. Mas o fim de um sonho machuca, muito. E, para Neymar, esta copa acaba aqui. Novamente o país se depara com a incerteza de uma decisão em copa do mundo sem seu maior craque. Mais uma vez somos revisitados pelos fantasmas do passado, mas será que agiremos diferente?
E enquanto a maioria de nós pensa nisso, ainda levantam-se os destroços que trouxeram uma dor muito mais profunda, muito mais injusta, a alguns poucos e infelizes brasileiros.
E a primeira paixão nacional? Sim, será sempre o futebol (que não é o culpado por nossas mazelas).