Você já Sabe Tudo

No capitalismo (e quem sabe agora até no comunismo) o acúmulo de capital é considerado como o “supremo valor humano”. Por acreditarmos que o “dinheiro resolve tudo”. Nada se consegue sem o dinheiro.

Essa ideia, que aprendemos desde criancinhas, continua sendo colocada em nossas cabeças todo dia. Sendo frequentemente reforçada por tudo o que nos envolve em nossas atividades normais – profissionais, do lar, do prazer, religião, etc.

Quando crianças, muitos de nós tivemos um porquinho onde deveríamos inserir moedas para depois de algum tempo nos surpreendermos com a quantidade acumulada. Quando adultos, passamos a lidar com diferentes modalidades de inversões – ações, dólar, ouro, imóveis – para a garantia de um futuro melhor ou sem complicações. E para fazer face à escalada irrefreável de itens de consumo que nos são oferecidos todos os dias pelos representantes dos diversos tipos de indústrias. Cuja venda pode ter repercussão no melhor desempenho do nosso PIB.

Tudo isso, como estamos cansados de saber, suprime ou altera substancialmente valores humanos como solidariedade, justiça, honradez, altruísmo, perdão, gratidão, bondade, dignidade que, sem perceber, vamos substituindo pelo valor maior – o acúmulo de capital. “Quanto mais dinheiro, melhor”.

Não precisaríamos lembrar. É uma verdade que ninguém desconhece. Como também, por outro lado, não duvidamos da sua limitada validade. Embora continuemos insistindo que isso não é verdadeiro. Algo que tem certa similaridade com a morte – que também ninguém desconhece, mas não acredita. É o outro que morre, nós não.

E é assim que a depressão e outros problemas de fundo psicológico, que deveriam ser comuns aos mais pobres, aparecem com frequência entre os que têm dinheiro ou uma vida sem aparentes problemas financeiros.

O que também todo mundo sabe. E se todo mundo já sabe, se há quem precise de remédio é o que insiste em lembrar dessas coisas a todo mundo. Sobretudo se não estão lhe perguntando nada!

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 04/07/2014
Código do texto: T4869212
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