Por que torço pelo Neymar e não pelo Messi
Por um instante me recordo do alto-falante na praça em frente à minha casa e da voz do locutor, quase inaudível pela estática, gritando frustrado: "Agarrrrra McDonald!". O ano é 1958 ,eu com 5 anos e ainda com poucas ou nenhuma vitória na vida: a bicicleta ainda tinha rodinhas de apoio como a moto do comercial, eu não conseguia fazer voar o maranhão que o pai tinha feito com tanto cuidado, já tinha levado uma pedrada na cabeça que dói até agora, enfim, poucas ou nenhuma vitória. Veio a Copa do Mundo. O que era aquilo que fazia que se juntassem na praça tantos, vindos não sei-de-onde, desconhecidos(?) se abraçando. Sorrisos e expressões de felicidade por algo que ainda eu não sabia direito o que era, mas devia ser muito bom...
Quatro anos depois eu já era um grande entendido. Os "video-tapes" eram exibidos pela Record dois dias depois. Sem cores, mas com toda imaginação. Aqueles suportes de rede em arco, as redes esticadas, Pelé novamente em campo mas não por muito tempo. Garrincha assumiu: "xá comigo", pôs a bola prá rodar, fez gol de cabeça, foi expulso e jogou no seguinte (!), só não fez chover. O Brasil bi-campeão e eu, entendido em futebol e em vitórias, enchi o peito...
Setenta foi ontem. Lembro de todos os detalhes. O travesseiro no colo, a posição no sofá, a certeza nas cartas para o Wanderley, a alegria do pai, da mãe e do Larci, lembro de tudo. E lá fora, o país e a ditadura militar. Eram e são duas coisas completamente distintas: a Seleção e suas vitórias e o país dos militares, não se misturando por nada. Já ouvi de perseguidos da época, os que sobreviveram às torturas, que torceram pela vitória no México. Não havia como não...
Em 82, Falcão, Zico e Sócrates quizeram mas o "primo" Paulo Rossi não deixou...Em 1994, Romário e Bebeto e em 2002 Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e Ronaldo eram o Neymar de então. Não deu outra...
Agora, o Neymar está praticamente só com alguns coadjuvantes e, prá piorar, alguns Brasileiros muito próximos, gente que merece o meu respeito, está torcendo "pros gringos" e, por tabela, para que o pt não se reeleja, acreditando piamente que uma coisa é consequência da outra. Essa postura constrangedora de “donos da verdade” fez com que eu refletisse sobre a minha própria capacidade de discernimento. Será que estou errado, pois tambem quero essa turma fora?
A minha conclusão: Claro que os safados e corruptos de agora vão tentar se misturar e faturar com uma possível vitória da Seleção, mas a história mostra que os políticos corruptos e safados de sempre (e prá mim não se trata de um substantivo seguido de dois adjetivos, mas de uma coisa só: político, safado e corrupto) nunca conseguiram passar disso: uma declaração oportunista, uma foto com os campeões, postagens nas redes sociais, mas... geralmente perdem as eleições seguintes.
E teremos breve uma oportunidade para pelo menos trocar os lobos, já que os bobos continuarão a postos, como sempre...
O futebol é uma das poucas atividades em que O Brasileiro é sinônimo de competência em todo o mundo e não há como torcer contra um dos poucos símbolos nacionais de vitória e Copa é uma coisa quase sagrada para o Brasileiro. Como desejar a própria derrota? Como renegar as lembranças de vitórias que nenhum outro país tem? Danem-se a fifa e os políticos, mas a vida é muito curta prá permitir que a corja de bandidos atual me tire o grande prazer de assistir a Copa e apoiar a Seleção.
"Vamo" lá, Brasil! Mas, se perdermos (afinal se trata de um esporte e ganhar ou perder são resultados possíveis) ainda seremos o país que tem mais títulos conquistados ao longo da história, e todos na minha época. Isso não é pouco...
Chupa, Messi e todos os que torcem contra!
(Agora que o Neymar está fora da Copa, torcerei ainda mais para que os coadjuvantes menores se tornem protagonistas e vençam as Alemanhas, as Argentinas, as Holandas e as Bélgicas da vida, mesmo que percam no campo...)
Grande abraço!
Leo
Por um instante me recordo do alto-falante na praça em frente à minha casa e da voz do locutor, quase inaudível pela estática, gritando frustrado: "Agarrrrra McDonald!". O ano é 1958 ,eu com 5 anos e ainda com poucas ou nenhuma vitória na vida: a bicicleta ainda tinha rodinhas de apoio como a moto do comercial, eu não conseguia fazer voar o maranhão que o pai tinha feito com tanto cuidado, já tinha levado uma pedrada na cabeça que dói até agora, enfim, poucas ou nenhuma vitória. Veio a Copa do Mundo. O que era aquilo que fazia que se juntassem na praça tantos, vindos não sei-de-onde, desconhecidos(?) se abraçando. Sorrisos e expressões de felicidade por algo que ainda eu não sabia direito o que era, mas devia ser muito bom...
Quatro anos depois eu já era um grande entendido. Os "video-tapes" eram exibidos pela Record dois dias depois. Sem cores, mas com toda imaginação. Aqueles suportes de rede em arco, as redes esticadas, Pelé novamente em campo mas não por muito tempo. Garrincha assumiu: "xá comigo", pôs a bola prá rodar, fez gol de cabeça, foi expulso e jogou no seguinte (!), só não fez chover. O Brasil bi-campeão e eu, entendido em futebol e em vitórias, enchi o peito...
Setenta foi ontem. Lembro de todos os detalhes. O travesseiro no colo, a posição no sofá, a certeza nas cartas para o Wanderley, a alegria do pai, da mãe e do Larci, lembro de tudo. E lá fora, o país e a ditadura militar. Eram e são duas coisas completamente distintas: a Seleção e suas vitórias e o país dos militares, não se misturando por nada. Já ouvi de perseguidos da época, os que sobreviveram às torturas, que torceram pela vitória no México. Não havia como não...
Em 82, Falcão, Zico e Sócrates quizeram mas o "primo" Paulo Rossi não deixou...Em 1994, Romário e Bebeto e em 2002 Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e Ronaldo eram o Neymar de então. Não deu outra...
Agora, o Neymar está praticamente só com alguns coadjuvantes e, prá piorar, alguns Brasileiros muito próximos, gente que merece o meu respeito, está torcendo "pros gringos" e, por tabela, para que o pt não se reeleja, acreditando piamente que uma coisa é consequência da outra. Essa postura constrangedora de “donos da verdade” fez com que eu refletisse sobre a minha própria capacidade de discernimento. Será que estou errado, pois tambem quero essa turma fora?
A minha conclusão: Claro que os safados e corruptos de agora vão tentar se misturar e faturar com uma possível vitória da Seleção, mas a história mostra que os políticos corruptos e safados de sempre (e prá mim não se trata de um substantivo seguido de dois adjetivos, mas de uma coisa só: político, safado e corrupto) nunca conseguiram passar disso: uma declaração oportunista, uma foto com os campeões, postagens nas redes sociais, mas... geralmente perdem as eleições seguintes.
E teremos breve uma oportunidade para pelo menos trocar os lobos, já que os bobos continuarão a postos, como sempre...
O futebol é uma das poucas atividades em que O Brasileiro é sinônimo de competência em todo o mundo e não há como torcer contra um dos poucos símbolos nacionais de vitória e Copa é uma coisa quase sagrada para o Brasileiro. Como desejar a própria derrota? Como renegar as lembranças de vitórias que nenhum outro país tem? Danem-se a fifa e os políticos, mas a vida é muito curta prá permitir que a corja de bandidos atual me tire o grande prazer de assistir a Copa e apoiar a Seleção.
"Vamo" lá, Brasil! Mas, se perdermos (afinal se trata de um esporte e ganhar ou perder são resultados possíveis) ainda seremos o país que tem mais títulos conquistados ao longo da história, e todos na minha época. Isso não é pouco...
Chupa, Messi e todos os que torcem contra!
(Agora que o Neymar está fora da Copa, torcerei ainda mais para que os coadjuvantes menores se tornem protagonistas e vençam as Alemanhas, as Argentinas, as Holandas e as Bélgicas da vida, mesmo que percam no campo...)
Grande abraço!
Leo