Copa e progresso
A consciência cidadã absoluta. Aquela que contempla com um conceito de justiça inquestionável todas as demandas sociais brasileiras seria utopia até num “padrão FIFA” de realizações, até porque, tal como do perto ninguém é normal, toda organização tem algum lixo por baixo dos tapetes que vai se conhecendo ao enveredar por seus meandros, e que deixam nodoas no branco das boas coisas. Fiquemos, portanto, com a segunda linha de raciocínio que seria o conflito de interesses que as classes reivindicadoras têm naquilo que pleiteiam e pelos quais tem lutado com unhas e dentes. O Brasil que acaba por brotar ao se espremer esse conjunto caótico de pontos positivos e negativos, de cobranças e atendimentos parciais é o legado da copa: aproximadamente 35% do que se prometeu como obras estruturais. Acredito que qualquer pessoa com meio quilo de raciocínio se perguntaria por que precisaríamos da motivação de uma copa no Brasil para realizá-las, e todas certamente estão constatando hoje que, infelizmente, nem ela, a maior mobilização emocional do povo, foi o suficiente. Com relação à FIFA, seria impossível esquecê-la, porque ela não deixa. Ainda não entendi a razão da desconcertante propaganda que ela faz de si mesma. Parece o nazismo! Bem, mas estava falando de nós e nossas carências. A impotência do cidadão começa não tendo o candidato padrão... Deus me perdoe “FIFA” pra votar. (agente não escapa). Eles geralmente têm intenções mais obscuras do que o destino das obras inacabadas. Os protestos nas ruas parecem ter os seus dedos manipuladores materializando as máscaras dos contingentes infiltrados entre os anacrônicos movimentos. Para não dizer que viveremos apenas de fé, poderemos nos lembrar de que há sim outro contingente: o das pessoas realmente bem intencionadas e construtivas que resistem ao assédio das hordas interesseiras, do contrário, já teria sucumbido.