PROJETO CAFÉ COM LETRAS 2013
Por Sandra Fayad
O Centro de Ensino Fundamental Arapoanga, Unidade da Fundação Educacional do Distrito Federal é dirigido pelo Professor Jordenes Ferreira da Silva. Fica na cidade satélite de Planaltina, Distrito Federal, Brasil, mais especificamente no Bairro Arapoanga.
Fiz questão de mencionar também o País, porque ao conhecê-lo e participar do convívio com o próprio diretor, professores, funcionários e alunos, fiquei com a impressão de estar interagindo com pessoas de outro País, mais preocupado do que o nosso com o assunto "Educação".
O bairro Arapoanga é tido como um dos locais mais humildes e violentos do Distrito Federal, onde há índices de criminalidade altos, comércio de drogas e outros aspectos de violência que preocupam moradores e visitantes.
A Escola do Professor Jordenes, com mais de 600 alunos, funciona em três turnos dentro desse ambiente. Nos turnos diurnos as crianças com idade até 14 anos chegam às 7 horas e saem às 17 horas. Ali fazem as refeições, assistem às aulas, praticam esportes, cumprem as tarefas diárias exigidas pelos professores. Mas não é só isto! Há vários projetos de integração aluno-escola, de formação integral, de conhecimentos e experiências complementares muito especiais.
É aqui que eu entro na história. No início do ano fui contatada por uma das coordenadoras do “Projeto Café com Letras” que estava em sua 11ª edição anual. Recebi a notícia de que eu seria a escritora homenageada de 2013. Eu, que nunca ouvira a respeito dessa escola, troquei informações inicialmente por telefone, internet e depois pessoalmente com a professora Amélia. Fui até lá para me localizar geograficamente e deixar um exemplar de cada uma das minhas obras. Soube então que o projeto se dividia em dois momentos. O primeiro deles foi agendado para junho e o segundo para novembro, quando eu receberia homenagens dos professores e coordenadores e depois dos alunos, respectivamente. Em junho, já na chegada, fiquei surpresa com a transformação por que havia passado a escola sempre limpíssima. Em todas as paredes, salas de aula e até banheiros havia textos meus, biografia, enfeites temáticos e coloridos sobre meus livros. E mais: foi um evento grandioso, com a presença de autoridades e parceiros da escola. Tomei um belo café da manhã com o grupo, assisti às apresentações dos alunos e conversei bastante com os presentes sobre literatura.
O segundo momento ocorreu em novembro conforme programado. Novamente, a escola estava simplesmente linda, com os mais de seiscentos alunos, professores, funcionários e direção presentes. Durante os meses, entre o primeiro encontro e o último do ano, todo o Centro Educacional se envolveu com atividades relacionadas com o que eu havia escrito nos livros, correlacionando-as com o que os alunos estavam vendo nas disciplinas normais, em cada série. Dali surgiram novas poesias (inclusive cordéis), novas histórias, músicas, textos em inglês, mapas, obras de arte, peças de teatro, dança, reciclagem de materiais, informações e contato físico com plantas, ensaios sobre animais em extinção e muito mais, que foi registrado em fotos e vídeos. O contato direto com as crianças e professores, as múltiplas manifestações de carinho, as perguntas e respostas, o respeito com que me receberam e acompanharam durante todo o tempo em que lá estive foram responsáveis por transformações muito positivas em minha vida e a certeza de que uma gota d’água no oceano faz muita diferença, se nela houver doçura e força, coragem e fé.
Lima, o amigo que me acompanhou nas duas oportunidades, ficou maravilhado e foi o responsável por registrar os eventos. Desta vez, a escola ofereceu-nos deliciosos café da manhã e almoço produzidos na cantina local e vários presentes como uma bandeja de vidro e madeira personalizada com o símbolo do Projeto, quatro telas temáticas pintadas pelos alunos e um lindo arranjo de mesa confeccionado com cascas e frutos do cerrado pelas mãos da própria professora Amélia, que havia me selecionado para esta homenagem.
O Centro de Ensino Fundamental Arapoanga é pioneiro nesse tipo de ação, a despeito de ter sido no passado recente uma escola vulnerável aos problemas locais. Coube ao Professor Jordanes e sua equipe muito bem articulada e uniforme nos seus bons propósitos educacionais realizar a metamorfose, fazendo daquele lugar um exemplo de formação integral do indivíduo, com valores e perspectivas merecedores do aplausos e apoio geral. Sua luta representou muito mais do que dedicação. Representou enfrentamento de ameaças e riscos com a própria integridade física, conforme relatos.
www.sandrafayad.prosaeverso.net
Por Sandra Fayad
O Centro de Ensino Fundamental Arapoanga, Unidade da Fundação Educacional do Distrito Federal é dirigido pelo Professor Jordenes Ferreira da Silva. Fica na cidade satélite de Planaltina, Distrito Federal, Brasil, mais especificamente no Bairro Arapoanga.
Fiz questão de mencionar também o País, porque ao conhecê-lo e participar do convívio com o próprio diretor, professores, funcionários e alunos, fiquei com a impressão de estar interagindo com pessoas de outro País, mais preocupado do que o nosso com o assunto "Educação".
O bairro Arapoanga é tido como um dos locais mais humildes e violentos do Distrito Federal, onde há índices de criminalidade altos, comércio de drogas e outros aspectos de violência que preocupam moradores e visitantes.
A Escola do Professor Jordenes, com mais de 600 alunos, funciona em três turnos dentro desse ambiente. Nos turnos diurnos as crianças com idade até 14 anos chegam às 7 horas e saem às 17 horas. Ali fazem as refeições, assistem às aulas, praticam esportes, cumprem as tarefas diárias exigidas pelos professores. Mas não é só isto! Há vários projetos de integração aluno-escola, de formação integral, de conhecimentos e experiências complementares muito especiais.
É aqui que eu entro na história. No início do ano fui contatada por uma das coordenadoras do “Projeto Café com Letras” que estava em sua 11ª edição anual. Recebi a notícia de que eu seria a escritora homenageada de 2013. Eu, que nunca ouvira a respeito dessa escola, troquei informações inicialmente por telefone, internet e depois pessoalmente com a professora Amélia. Fui até lá para me localizar geograficamente e deixar um exemplar de cada uma das minhas obras. Soube então que o projeto se dividia em dois momentos. O primeiro deles foi agendado para junho e o segundo para novembro, quando eu receberia homenagens dos professores e coordenadores e depois dos alunos, respectivamente. Em junho, já na chegada, fiquei surpresa com a transformação por que havia passado a escola sempre limpíssima. Em todas as paredes, salas de aula e até banheiros havia textos meus, biografia, enfeites temáticos e coloridos sobre meus livros. E mais: foi um evento grandioso, com a presença de autoridades e parceiros da escola. Tomei um belo café da manhã com o grupo, assisti às apresentações dos alunos e conversei bastante com os presentes sobre literatura.
O segundo momento ocorreu em novembro conforme programado. Novamente, a escola estava simplesmente linda, com os mais de seiscentos alunos, professores, funcionários e direção presentes. Durante os meses, entre o primeiro encontro e o último do ano, todo o Centro Educacional se envolveu com atividades relacionadas com o que eu havia escrito nos livros, correlacionando-as com o que os alunos estavam vendo nas disciplinas normais, em cada série. Dali surgiram novas poesias (inclusive cordéis), novas histórias, músicas, textos em inglês, mapas, obras de arte, peças de teatro, dança, reciclagem de materiais, informações e contato físico com plantas, ensaios sobre animais em extinção e muito mais, que foi registrado em fotos e vídeos. O contato direto com as crianças e professores, as múltiplas manifestações de carinho, as perguntas e respostas, o respeito com que me receberam e acompanharam durante todo o tempo em que lá estive foram responsáveis por transformações muito positivas em minha vida e a certeza de que uma gota d’água no oceano faz muita diferença, se nela houver doçura e força, coragem e fé.
Lima, o amigo que me acompanhou nas duas oportunidades, ficou maravilhado e foi o responsável por registrar os eventos. Desta vez, a escola ofereceu-nos deliciosos café da manhã e almoço produzidos na cantina local e vários presentes como uma bandeja de vidro e madeira personalizada com o símbolo do Projeto, quatro telas temáticas pintadas pelos alunos e um lindo arranjo de mesa confeccionado com cascas e frutos do cerrado pelas mãos da própria professora Amélia, que havia me selecionado para esta homenagem.
O Centro de Ensino Fundamental Arapoanga é pioneiro nesse tipo de ação, a despeito de ter sido no passado recente uma escola vulnerável aos problemas locais. Coube ao Professor Jordanes e sua equipe muito bem articulada e uniforme nos seus bons propósitos educacionais realizar a metamorfose, fazendo daquele lugar um exemplo de formação integral do indivíduo, com valores e perspectivas merecedores do aplausos e apoio geral. Sua luta representou muito mais do que dedicação. Representou enfrentamento de ameaças e riscos com a própria integridade física, conforme relatos.
www.sandrafayad.prosaeverso.net