VITÓRIA OU DERRROTA DA SELEÇÃO X POLÍTICA.

A troca de ideia é interessante, sem polêmicas desnecessárias, que não constroem. Discorri brevemente sobre refletir. Ninguém mais do que Sócrates, embora sem nada escrever, a nós chegado por Platão, seu maior aluno, reportou ensinamentos significativos e esclarecedores como seu método “maiêutico”. Consiste em interrogar o interlocutor e fazê-lo interrogar-se até ele próprio descobrir uma verdade, ainda que relativa.

Façamos isso. Como posso garantir, e quem pode, que o ignorante, se a seleção brasileira ganhar a copa, achará que foi por obra do governo? E se não ganhar, o ignorante vai votar contra o governo? Por quê? Se antes votava assim votará contra por ter perdido a seleção? Qual a razão da mudança? Qual a relação desse princípio? Qual a causa eficiente? E quem é o ignorante? O que se serve das variadas “bolsas” que fazem sobreviver pequenos municípios exclusivamente com essa renda, os miseráveis, ou os gestores dos grandes capitais que ganham as licitações das obras gigantescas? Ou são ignorantes os grandes banqueiros? Como posso retirar do aleatório a certeza do futuro? Como posso fazer afirmações sobre hipóteses quando o maior antropólogo do Brasil, Roberto da Matta, interrogado sobre a influência da vitória ou derrota da seleção sobre as eleições de outubro diz que não tem como responder? Ninguém tem. Tudo muito difícil, terreno hipotético, e hipótese, em lógica, denominador comum do pensamento, é aquilo que não é, que seria, se fosse.

Simples assim, assisto os jogos, todos, com poucas exceções, coisa que não faço tem tempo, esse péssimo futebol de campeonatos regionais e nacionais, diferente do que tenho visto, disputado e com empenho. Se torcemos contra ou a favor é direito de cada um, mas que nada se pode afirmar com relação a influências políticas é incontestável. Isto, o desfecho, seja qual for, não tem ligação com a justa indignação e revolta dos desmandos, que todos nós abominamos, somente se pode considerar, assim creio, que a derrota trará “baixo astral” e a vitória não. SÓ ISSO, com possíveis vandalismos, JÁ EXISTENTES, em qualquer dos casos. Respeito tudo que se disser em contrário, direito fundamental de cada um, é só para refletir.

Soubesse eu que a derrota ou a vitória extirparia ao menos parte da corrupção devastadora, me alinharia nas ruas com bandeiras em favor de uma dessas torcidas.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 02/07/2014
Reeditado em 02/07/2014
Código do texto: T4866752
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