CASUÍSMO
e souza
a steiner
O fora do comum, o imperdoável critério da vida, o castigo do inevitável e a tragédia quase anunciada da dor. Mas a sutileza do anúncio que não perdoa, não escolhe, mas castiga aquele despercebido ao tênue sinal de que o tempo não escolhe, não pensa, só passa. O antes se confunde com o agora e não explica o depois. O jogo que se pratica tem como fundamental objetivo descobrir suas regras. O casuísmo incrédulo e da falsa moralidade. Insensato tempo, que despreza quaisquer sonhos não elaborados, queridos, mas não tratados da forma correta. Aos olhos do observado nada passa, e se passa não se grava às retinas do descuido do infeliz descuidado. O encontro fatídico do hoje, deste minuto e do inevitável e do horizonte que não se alcança, assim como o pote de ouro ao pé do arco-íris mais lindo. A pureza de acreditar no inacreditável, mas o todo se mistura ao nada. As folhas continuam em branco, as pernas não se movem, os sonhos não se desfazem, mas são esquecidos e outros se formam e a trajetória segue rumo ao desconhecido e ao desapercebido de luz do viver e do saber viver. O muro se faz à frente e do outro lado talvez o corredouro estreito e impar. O caminhar lento e quase sem movimento. Óbvio, não se conhece o desconhecido, o amanhã, o segundo seguinte e o próximo sonho, ainda mal sonhado, incompleto e inexistente. O vazio, o recomeço, mas por onde começar se é inevitável o fim? Mas podemos reverter agradecendo os que foram contra ou a favor e seguir nosso caminho, pois haverá o dia em que se nossas decisões agradarem ou desagradarem a todos, certamente estaremos fazendo alguma coisa errada, ou uma grande besteira, ou o que é pior, estaremos criando algo completamente sem valor.
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