Além das aparências
Vive-se tempos de absoluto narcisismo, o culto à beleza e à juventude são a marca registrada de uma sociedade que se perdeu dos valores subjetivos, essenciais às relações humanas.
Clínicas de estética, academias e lojas de cosmético oferecem verdadeiros arsenais de produtos e técnicas para que a imaginação humana usufrua e se permita mascarar a reconstrução da aparência, como nunca antes na história da humanidade.
A maquiagem usada para perseguir a aparência desejada tornou-se o escapismo da frustração existencial que ronda a contemporaneidade. Devia-se o foco da solução dos problemas relacionados ao estresse, aos desencantos cotidianos e à incapacidade de se estabelecer relações saudáveis e satisfatórias, comuns nestes dias.
Divinamente belo seria: tratar a alma, malhar o cérebro e usar cosméticos que nos tornassem pessoas mais serenas e gratas para o enfrentamento de problemas reais que sempre estarão muito além das aparências.