O QUE ERA VIDRO SE QUEBROU

A Seleção e a torcida brasileira rumo ao mata-mata no campeonato mundial de futebol tem sinal livre e atento, verde e amarelo, para a alegria e a hospitalidade. Dessa forma esportiva e pacífica, gols continuarão sendo marcados tanto dentro quanto fora do campo.

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Futebol é uma das minhas paixões.

Antes mesmo dos 90 minutos da partida, me encanta o olhar de deslumbramento das crianças acompanhando as seleções adentrando o campo, me fascina o movimento colorido das torcidas na arquibancada em ola, me extasia o azul flutuando sobre as arenas como um O.V.N.I. celestial, me emociona a sonoridade dos hinos nacionais, principalmente os que se agigantam a capela e, me apaixonam é claro, os atletas, cada um deles em campo, unidade e conjunto, soberbos!

Nesta copa, salvo o Neymar, patrícia paixão e o Messi, a paixão portenha, na fase eliminatória, só me apaixonei pelo atacante uruguaio Luis Suárez.

Depois dos dois gols geniais e decisivos feitos por Luisito na partida contra a Inglaterra e pela maneira carinhosa como ele comemorou os dois tentos, gamei!

Apaixonada e, portanto, súdita, fiz-lhe a corte encomendando a um amigo caricaturista uma homenagem a fim de perpetuar com traços bem brasileiros, a vitória latino-americana que mexeu com os brios dos inventores do futebol e certamente deixou Elizabeth, a rainha, enciumada.

Alguns dias de sublime idílio e partidas eliminatórias depois, durante o confronto entre as seleções do Uruguai e da Itália, o príncipe que humanamente poderia ter virado um sapo, fato nada extraordinário em se tratando de paixão, preferiu virar morcego.

E o que era vidro, sem espírito esportivo, uma mordida, quebrou.