A generosidade

Certo dia o jovem Formoso ganhou um belo presente: maioridade. E com os seus documentos em punho, uma mochila cheia de sonhos e alguns trocados no bolso decide jogar para o alto o que havia construído até então e começar do “zero” numa grande cidade.

Na primeira semana na metrópole, Formoso percebeu que marco “zero” para recomeçar não funcionaria. A teoria se diverge da prática, precisava dividir despesas, apartamentos, sonhos e preocupações com outras pessoas. A nossa independência é parcial. Pois os homens precisam uns dos outros. Às vezes não plantamos o alimento que comemos, não molhamos as rosas que ganhamos, mas colhemos dos frutos da vida que construímos para nós ou para os outros.

E não foram poucas as pessoas que ajudaram Formoso. Cada uma que cruzou o seu caminho deixou a sua contribuição. Cada qual mostrando as diferentes formas de ser generoso com o próximo. Mas uma pessoa se destacou das demais. Por quê? Porque essa preferiu o anonimato, fugir dos abraços e do reconhecimento.

Estava Formoso em um ponto no ônibus. De repente surgem dois rapazes e agarraram-no pelo braço, diante de uma multidão indiferente levaram todos os seus pertences. Formoso ficou desnorteado. Distante de casa, sem saber como retornar sem dinheiro . Até que de repente... Uma mão feminina bate em seu ombro e lhe dá dez reais e já desaparecendo no meio da multidão, ouve:

_ Ei, como fazer para lhe pagar?

Sem parar, como se fugisse de algo, a voz generosa responde:

_ Faça o mesmo que eu fiz com outro necessitado!

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Bahia/2014

Elisabeth Amorim
Enviado por Elisabeth Amorim em 30/06/2014
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