A SAGA DO CORONÉ SARNEY
A sarna do mito do agreste maranhense deixou a política. Talvez por seus feitos o povo o eleja outro Cícero, missionário da fé sobre a miséria do Vale do Cariri.
Sinhozinho Coroné Sarney. Ele mesmo! Seu nome é mais que um Zé!
La pelas bandas da terra do Capitão do Mato, tudo leva seu nome:
Para parir, é na Maternidade Marly Sarney. Para morar, você tem as Vilas: Sarney, Sarney Filho, Kiola (mãe de Sarney) ou Roseana Sarney. Para estudar, suas opções são as escolas Roseana Sarney, Sarney Neto, Fernanda Sarney, Roseana Sarney, Marly Sarney ou o próprio Sarney. Para pesquisar, pegue um táxi no posto Marly Sarney e vá à biblioteca José Sarney (que fica na maior faculdade particular, que, dizem as más línguas, também é do Sarney). Para ler notícias, tem o jornal Estado do Maranhão, que também é do Sarney, ou a televisão do Sarney. Para saber sobre contas públicas, vá ao Tribunal de Contas Roseana Sarney Murad. Para sair da cidade, atravesse a ponte José Sarney, pegue a Avenida José Sarney, vá para a rodoviária Kiola Sarney e então, depois de algumas horas nas estradas e rodoviárias maravilhosas do Maranhão, você chegará ao município José Sarney. E se estiver indignado com isso, busque a justiça no fórum desembargador Sarney!
O “home” até por osmose se transformou no Homero da poesia brasileira. Em 1980 vestiu o fardão da Academia Brasileira de Letras na presença do General Figueiredo com a tropa do SNI!
Sua grande obra: Marimbondos de Fogo. Uma literatura daquelas penduras por pregador de varal que se encontra em qualquer esquina do sertão. Um Cordel? Sim, não, para inglês ver!
Dizem os críticos que o Coroné escreveu o livro com os olhos e os sentidos postos na terra do Maranhão, a sua terra, a terra da sua infância.
Realmente. Talvez daqui a cem anos, quando os trambiques e maracutaias desse sinhozinho caírem no esquecimento, o livro será eleito a Bíblia do Sertão!
Quanto ao resto de sua saga, deixemos a seus (bem pagos) biógrafos.