A Copa das surpresas.
Inicio este texto sobre a Copa do Mundo de 2014 esclarecendo que não abordarei os âmbitos político e econômico da Copa. Não tenho a menor pretensão de convencer o leitor de minhas preferências políticas e, tampouco, ser convencido pelo leitor das preferências políticas dele.
Ater-me-ei a alguns fatos que chamaram a atenção daqueles que tem acompanhado os jogos da Copa no Brasil.
Uma surpresa que não pode deixar de ser citada é a classificação da seleção da Costa Rica em primeiro lugar no chamado grupo da morte. Este grupo tinha três seleções campeãs que juntas somavam seis títulos mundiais. Quatro títulos da Itália, um da Inglaterra e um do Uruguai. Antes de iniciarem os jogos, a Costa Rica era tida como o patinho feio do grupo da morte, e segundo a opinião dos “especialistas” em futebol, seria o saco de pancadas do citado grupo.
Entretanto, a teoria ou a idealização do real é uma coisa e a prática ou o real em si é outra, em outros termos, treino é treino e jogo é jogo. Este raciocínio foi comprovado em campo pela seleção da Costa Rica que provou aos “especialistas” em futebol que não era nenhum patinho feio, ao contrário, pelo futebol que apresentou mostrou ser um belo cisne.
Esta Copa tem mostrado que a arrogância não ganha jogo. Este fato pode ser comprovado no pífio desempenho futebolístico apresentado pela seleção da Espanha. Chegou como a atual e poderosa campeã do mundo, tomou dois “sacodes” e foi a nocaute. Foi a primeira seleção a ser eliminada do mundial. Não foi a única a pagar mico. Neste quesito foi acompanhada pelos fracos desempenhos da Inglaterra e da Itália, ou seja, em apenas três rodadas seis títulos mundiais voltaram antecipadamente para casa. Melhor para o Brasil que a Itália foi eliminada, porque podemos manter a exclusividade de ser pentacampeão, na verdade, o desejo de toda a nação é tornar-se hexacampeão. Mas não nos antecipemos aos fatos, porque já foi dito que treino é treino e jogo é jogo.
A primeira fase deste mundial nos mostrou como é fácil deixar de ser um herói nacional e ídolo mundial, e transformar-se em um calhorda internacional com uma mordida. Luiz Soares, da seleção uruguaia, forneceu ao mundo a receita, ao morder o zagueiro italiano no duelo contra a Itália. Segundo a imprensa esportiva é a terceira vez que realiza tal feito. Caro leitor, acaso encontre Luizito e perceba que ele está nervoso, corra, porque a possibilidade de ser mordido é grande.
Este ato patético só trouxe perdas. Perdem aqueles que gostam de um bom futebol, porque Luizito Soares é um grande goleador. Perde o Uruguai seu maior ídolo e perde o próprio Luiz que está sendo execrado no mundo todo. Pegou uma pena severa e teve que sair do Brasil pela porta dos fundos, e escondido, para refugiar-se em sua pátria. Até em sua terra está sendo execrado. Seu ato foi reprovado publicamente pelo ídolo Ghiggia, o herói do maracanazo de 1950.
Outro fato que chamou a atenção, e tem me deliciado, foram as profecias apocalípticas feitas pela imprensa nacional. Afirmavam que não teria Copa. Que seria a maior vergonha. Que os aeroportos e as rodovias, assim como a capacidade hoteleira deixariam a desejar. Erraram em todos os seus vaticínios. Está tendo Copa. A infraestrutura está funcionando bem e a imprensa internacional está rasgando elogios ao modo brasileiro de realizar os jogos, e classifica esta Copa como a Copa das Copas. Os turistas dizem que gostaram do que encontraram. Afirmam que voltarão ao país para fazer turismo. O que mais tem agradado aos turistas é a hospitalidade do povo brasileiro.
Para finalizar quero dizer que depois de muito tempo, Ontem, 26.06.14, assisti ao telejornal da maior rede de TV aberta. Só deu Copa no telejornal. E lá pelas tantas o apresentador exibiu uma reportagem mostrando o encanto dos estrangeiros com a Copa no Brasil. Acredito que o telejornalista não gostou do conteúdo que apresentou, porque ao final da reportagem estava com o rosto avermelhado. Não vi nenhuma novidade, porque o conteúdo da reportagem já está circulando nas redes sociais há tempos.