Ponto de partida
As pessoas tem um senso cada vez maior de urgência: comprar uma TV de não sei quantas polegadas para assistir ao futebol, um carro, tênis jeans de marca. Compram produtos muitas vezes sem necessidade, se endividam bestamente por que tá na moda, na mídia, na publicidade e propaganda. Depois vem a sensação de que tudo é efêmero. Gastar por gastar, comprar por comprar, ter por ter, vem o vazio. Até nas relações tem sido assim. Efêmeras, fugaz, sem correspondência, sem consistência. Trocam de par como trocam de roupa. Pensam que estão se renovando, será? Uma parte, sobretudo quem têm alguma consciência, se depara com sentimentos de isolamento, pelos atos frenéticos, pela falta de discernimento. De fato a vida tem seu tempo para durar, nunca se sabe quando ela vai acabar. Então usufruir é recomendado; faça isso, faça aquilo, viva tudo de uma vez, e descanse em paz quando chegar ao fim. Nesse padrão vão se perdendo os valores, vão se desfazendo os vínculos, vão se afastando, vão se ruindo numa espécie de redemoinho.