NOITES ETERNAS
Em plena juventude, mais ou menos por volta dos anos oitenta e noventa, as grandes e felizes noites eternas eram a mais pura emoção.
Dançar, a mais pura e consagrada sensação de alívio para a alma. Grandes músicas dançantes internacionais executadas por conjuntos da época, tais como Alphaville, Queem, Ahaa, Sandra e outros mais marcavam as noites de embalo de uma jornada dançante que ia até ao amanhecer.
No palco, ao som de mais músicas, e na pista, jovens se dançavam executando várias coreografias, tão lindas, que o tempo ainda não esqueceu. Grandes festas, grandes ritmos e grandes aventuras amorosas.
Já ia-me esquecendo da tradicional e incomparável música lenta. Eram grandes músicas românticas tocadas e escolher o par era uma questão de coragem e aventura. Umas queriam dançar, outras, nem sempre escolhiam seus pares, mas estes nem siquer davam atenção.
Sim, eternas noites que o tempo levou consigo. Não existia promessa de contato, mas uma grande saudade de relembrar como eram diferentes e românticas as horas dançantes vividas pelos jovens daquela época. Dançar, um sonho, uma realidade, uma paixão tão grande e eterna, que somente na saudade e nas lembranças daquelas pessoas vividas naquela época.
Outra saudade que sempre paira no pensamento era as quadrilhas juninas nos meses de junho e julho. Existia um marcador de quadrilha, que sempre errava a marcação e era respeitosamente vaiado, mas era festa e aventura.
Nestas simples e belas eternamente noites, quantos amores foram criados, quantos beijos e abraços foram dados que o tempo apagou.
Hoje, na lembrança pura e eterna, restam muitas saudades. As pessoas não são as mesmas, pois criaram e estão criando famílias, perto ou longe, do local que um dia foi e será o palco das eternas noites.