O Papa e o Massa
Encerra-se a semana em que o Papa esteve por aqui e ungiu em “santo-sacro-óleo-bento” toda a “Terra Brasilis” expurgando de vez e para todo o sempre os nossos males levando para o resto do mundo imagens menos violentas ou sensuais ou corruptas da grande e lustrosa nação verde-amarela a cintilar nos trópicos.
Nosso natural ufanismo, e orgulho tupiniquim, nos impede de com clareza enxergar o que se passa sob os nosso próprios umbigos. Temos umbigo? Que parte feia essa que nos liga à origem. Qual a origem de nossa nação? Temos nosso umbigo em Portugal, na Europa, berço da cultura e civilização ocidental. Temos também uma descendência latina, nos recônditos cantos de Roma, a especificar no próprio Vaticano.
Alardear o Brasil como a maior nação católica do mundo, enchia de olhos gordos os líderes da Santa Madre Igreja. No entanto, o crescimento vertiginoso do protestantismo levantou na Praça de São Pedro o sinal amarelo. E antes que a nação do Cruzeiro do Sul de vez avermelhasse veio o Sumo Pontífice cravar mais uma cruz esmaltada em nossos corações espantados.
Que o Brasil volte ao prumo outra vez. Prumo, que prumo? Quem acompanha as notícias veiculadas na mídia expressa e impressa de muito já sabe que o rumo perdemos na última curva fechada que fez a história. O Brasil bateu na Tamburello, havia no caminho um muro e a barra da direção quebrou entristecendo as manhãs de domingo, as segundas, as terças...
Não queria uma crônica triste e nem debochada, pois as coisas santas e sagradas merecem e exigem respeito. Afinal, se um inferno houver creio que já estou condenado. Afinal votei na última eleição para presidente e elegi o Lula da primeira vez. Ele não era de esquerda? Aliás, o que é ser de esquerda ou de direita? O termo perdeu sentido e significado. Se considerarmos o que é de esquerda o lado revolucionário e questionador e de direita o lado tradicional, oficial e vigente, muito tem que ser revisto e atualizado.
Lula agora é governo (direita) e finge ser de esquerda (revolucionário) para mudar algo que não muda: a cabeça do governante. O Brasil de assistencialismo em assistencialismo mantém uma multidão de miseráveis achando que sua vida está melhor. Sou a favor de matar a fome de hoje, mas e o saber, a educação e a cultura que para sempre tiram da miséria o ser, onde é que fica? Quero ver saciada no Brasil minha fome de arte, de cultura, de progresso e de justiça.
Justiça. Esse poder soberano, maior que o do Papa nas nossas terras, pois encerra, encarcera, oculta e decide entre quatro paredes fechadas e lacradas. Vejo nas togas e nas batas o símbolo casto de uma nação desordenada. Ó Senhor, que olhará por nós? Magistrados entre grades é um bom sinal. Antes apenas os que galinha usurpavam viam nascer o sol quadrado. Mas ficaram pouco na cadeia! Pouco para eles é muito. Que mais seja feito apurado e depurado. Precisamos coar o Brasil como se faz com o mais puro café.
Esta nação não se erguerá enquanto nove novas gerações não houverem passado. Precisamos de uma transfusão integral de sangue, genes e gentes.
Educação e cultura: eis os fortes pilares do desenvolvimento que nos arrancaria do atraso cultural, social e econômico. Mas o Real está forte! Sim, existe um Brasil que teima em dar certo graças ao fruto natural de muitas “commodities”. E o fruto natural do povo, nossa cultura e saber, quando vingará?
Daqui os índios tiraram seu sustento e os reis de Lisboa por anos viveram em luxo. Que Brasília desperte antes do povo. No dia que essa nação se indignar os próprios mortos se levantarão cobrando o seu quinhão. Enquanto isso vamos aproveitando que o Felipe Massa começou a ganhar colocando, em alguma coisa boa, o Brasil em primeiro lugar: e a Globo toca o hino da vitória...
Encerra-se a semana em que o Papa esteve por aqui e ungiu em “santo-sacro-óleo-bento” toda a “Terra Brasilis” expurgando de vez e para todo o sempre os nossos males levando para o resto do mundo imagens menos violentas ou sensuais ou corruptas da grande e lustrosa nação verde-amarela a cintilar nos trópicos.
Nosso natural ufanismo, e orgulho tupiniquim, nos impede de com clareza enxergar o que se passa sob os nosso próprios umbigos. Temos umbigo? Que parte feia essa que nos liga à origem. Qual a origem de nossa nação? Temos nosso umbigo em Portugal, na Europa, berço da cultura e civilização ocidental. Temos também uma descendência latina, nos recônditos cantos de Roma, a especificar no próprio Vaticano.
Alardear o Brasil como a maior nação católica do mundo, enchia de olhos gordos os líderes da Santa Madre Igreja. No entanto, o crescimento vertiginoso do protestantismo levantou na Praça de São Pedro o sinal amarelo. E antes que a nação do Cruzeiro do Sul de vez avermelhasse veio o Sumo Pontífice cravar mais uma cruz esmaltada em nossos corações espantados.
Que o Brasil volte ao prumo outra vez. Prumo, que prumo? Quem acompanha as notícias veiculadas na mídia expressa e impressa de muito já sabe que o rumo perdemos na última curva fechada que fez a história. O Brasil bateu na Tamburello, havia no caminho um muro e a barra da direção quebrou entristecendo as manhãs de domingo, as segundas, as terças...
Não queria uma crônica triste e nem debochada, pois as coisas santas e sagradas merecem e exigem respeito. Afinal, se um inferno houver creio que já estou condenado. Afinal votei na última eleição para presidente e elegi o Lula da primeira vez. Ele não era de esquerda? Aliás, o que é ser de esquerda ou de direita? O termo perdeu sentido e significado. Se considerarmos o que é de esquerda o lado revolucionário e questionador e de direita o lado tradicional, oficial e vigente, muito tem que ser revisto e atualizado.
Lula agora é governo (direita) e finge ser de esquerda (revolucionário) para mudar algo que não muda: a cabeça do governante. O Brasil de assistencialismo em assistencialismo mantém uma multidão de miseráveis achando que sua vida está melhor. Sou a favor de matar a fome de hoje, mas e o saber, a educação e a cultura que para sempre tiram da miséria o ser, onde é que fica? Quero ver saciada no Brasil minha fome de arte, de cultura, de progresso e de justiça.
Justiça. Esse poder soberano, maior que o do Papa nas nossas terras, pois encerra, encarcera, oculta e decide entre quatro paredes fechadas e lacradas. Vejo nas togas e nas batas o símbolo casto de uma nação desordenada. Ó Senhor, que olhará por nós? Magistrados entre grades é um bom sinal. Antes apenas os que galinha usurpavam viam nascer o sol quadrado. Mas ficaram pouco na cadeia! Pouco para eles é muito. Que mais seja feito apurado e depurado. Precisamos coar o Brasil como se faz com o mais puro café.
Esta nação não se erguerá enquanto nove novas gerações não houverem passado. Precisamos de uma transfusão integral de sangue, genes e gentes.
Educação e cultura: eis os fortes pilares do desenvolvimento que nos arrancaria do atraso cultural, social e econômico. Mas o Real está forte! Sim, existe um Brasil que teima em dar certo graças ao fruto natural de muitas “commodities”. E o fruto natural do povo, nossa cultura e saber, quando vingará?
Daqui os índios tiraram seu sustento e os reis de Lisboa por anos viveram em luxo. Que Brasília desperte antes do povo. No dia que essa nação se indignar os próprios mortos se levantarão cobrando o seu quinhão. Enquanto isso vamos aproveitando que o Felipe Massa começou a ganhar colocando, em alguma coisa boa, o Brasil em primeiro lugar: e a Globo toca o hino da vitória...