A VELHA HUMILDE

Diz que era uma velhinha que ficava na fila do INSS todos os dias. O nome dela não precisa nem informar, meus caros leitores. Ela passara por diversas cirurgias na coluna e no “osso da bacia”. Dera entrada na papelada e negaram diversas vezes o pedido de auxilio doença. Entretanto, todos os dias a doce vovó era a primeira da fila, chegava sempre as 1:00 da madrugada. Nem café com pão de queijo mineiro, a macróbia tomava para não perder o “sagrado lugarzinho”. A velhinha era insistente. Nos últimos dias, havia um sujeito do órgão “encucado”, pois a vovó nunca resolvia o seu problema:

- A senhora de novo? Não consegui resolver o problema do auxilio doença? Dirigiu-se o bom funcionário a humilde velhinha.

- Ainda não meu senhor! As coisas estão difíceis pra mim! Falou a doce velhinha.

A cena se repetira por diversos dias e meses, e cortara sempre o coração do bom funcionário. Uma velhinha com um andador e no frio da madrugada, isso só pode ser mesmo o nosso Brasil. Entretanto, como diz o ditado “paciência tem limite”, o bom funcionário começara a notar um comportamento estranho na velhinha, principalmente quando as outras pessoas passaram a espinafrar a macróbia.

- Se a senhora me contar o porquê da confusão vovó, dou jeitinho na sua documentação. Falou o bom funcionário.

- Dá mesmo moço, jeito no meu auxilio doença? Perguntou a doce vovó.

- Sim, ainda hoje mesmo resolveremos o seu problema! Falou a bom funcionário.

- Uai! “Tô” vendendo lugar na fila, já que “graninha” do auxilio doença, não vai sair mesmo!

Osório Antonio da Cunha
Enviado por Osório Antonio da Cunha em 13/05/2007
Código do texto: T485479
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