O VALENTÃO

Diz que era um valentão aterrorizava toda uma cidadezinha do interior. O homem não deixava ninguém imune as suas pancadas. A polícia tinha medo do sujeito, dizia que ele era mais forte que uma camioneta quatro por quatro. O valentão metia a mão e muitas das vezes o pezão. O sujeito era conhecido pela alcunha de “Tarugo”.

- Só bato pra ver a minha mão arder! Falava o “Tarugo” ao bater numa criança com um doce sorriso angelical.

A criancinha nem chorava, tendo em vista o grande homem que a maltratava. Neste momento um forasteiro (essas estórias sempre tem um) se intrometera na discussão, e nem imaginara que a menina era filha do tal valentão.

- Aí fulano, você devia bater em alguém do seu tamanho! Falou o forasteiro.

- É pra já seu fuinha! Ela é minha filha. Bradou o valentão.

Naquele momento a cidade já estava interada da situação. Havia pessoas em cima dos muros e das árvores. A turba se amontoou na pracinha pra ver a seção de pancadaria. Mandaram até chamar a funerária “Caminho do Céu”. Aquele homenzarrão se preparava para bater no nosso pequeno Davi, quando a doce criancinha disparou a tagarelar pra todos que rodeavam aquela cena dantesca:

- Papai é melhor vestir a cinta liga e a camisola! Mamãe falou com a vizinha que assim, as palmadas são mais fortes!

Osório Antonio da Cunha
Enviado por Osório Antonio da Cunha em 13/05/2007
Código do texto: T485477
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