CRÔNICA DE UM CULPADO
Dê para outro beber o veneno que sai da tua boca, que ora mata pelas toxinas e n’outra pela quantidade. Sufoque os que te cercam com palavras mentirosas e com elogios. Abrace o corpo daqueles que se aproximam e, como a serpente, estrangule suas vítimas sem ver os olhos delas para não ter compaixão. Retire a faca encravada nas costas para o sangue sair mais rápido e assim a morte ser adiantada.
Pegue suas moedas depois do beijo, beba antes teu cálice de vinho e agora beba o de sangue - você venceu! Se tornou um homicida de verdades. Deixe-nos com a trave nos olhos porque nos teus nada tem, a não ser a cegueira que o impede de ver teus defeitos - tão “perfeitos” que enganam teu ego. Atire a primeira e derradeira pedra, pois só você sobrou, todos os outros estavam errados.
Marcelo Queiroz
18/06/14
21:50h