Sentimentos, o que resta...

Naquela noite, já deitada as lágrimas rolaram por seu rosto. Sempre antes de dormir pensa nos acontecimentos do dia, inicia sua sessão de perguntas, que tanto irrita as pessoas, a si mesma. Por que...? Não se sentia amada. Exigir o amor de alguém lhe pareceu luxuria, mas o foto é que não se sentia querida no lugar onde repousava e isso lhe roubava o riso. Então, a seriedade, com toque suave de dúvida e tristeza, tomou seu semblante. Foram as palavras ditas ou a falta delas? Era realmente uma pena. Mas as lágrimas secaram. O sono ia e vinha, os pensamentos só cessavam quando de fato, dormia. E quando acordava tudo voltava ao normal.

A verdade é que faltava algo, se sentia muito sozinha. Permaneceu em silêncio pelas vezes em que falou e que não foi respondida, permaneceu distante pelas vezes que se aproximou e não foi percebida, permaneceu descontente...

E pela manhã tentou não sentir mais nada disso. Desejou que seu fardo escoasse com a água do banho, mas foi em vão. Hora a hora as cenas e momentos do dia anterior iam se repetindo ainda que numa ordem diferente. Até que novamente chegamos naquela noite, agora.

Não se sente amada nem querida, não se sente ouvida nem compreendida, não se sente sequer acompanhada. Lhe matara o silêncio que pediram, as angústias que deveria guardar para si e as lágrimas que, mais uma vez, vieram a cair. Repousam sobre si as acusações, julgamentos e uma placa: “Aqui jaz um amontoado se sentimentos inúteis”.

Robroy
Enviado por Robroy em 21/06/2014
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