Os grandes gestos.
A Copa do Mundo é uma vitrine para os jogadores e certamente aqueles que se sobressaírem é que irão ser chamados para assinar grandes contratos com Clubes milionários. Entretanto, uma Copa não é só isso. Esse é apenas o aspecto financeiro que irá garantir o futuro de um jogador. O que mais chama atenção e mais se difunde como exemplo humano são as superações de cada atleta.
As melhores manchetes são aquelas que ilustram grandes gestos extra-campo. Já vimos isso com nossos jogadores do passado. Ronaldo, depois de sofrer duas cirurgias nos joelhos foi o astro da Copa de 2002. Sua obstinação para vencer foi além de suas expectativas. Isso demonstra que nosso Grandioso Deus compensa aquele que tem fé e acredita na superação. Tais gestos não são únicos (como exemplo), já que a vida no cotidiano apresenta inúmeras facetas que exemplificam o valor da luta contra as adversidades.
Agora, nesta Copa, a marca registrada de um gesto desse naipe vem da conduta e ação dentro de campo do atleta Luiz Suárez da equipe Uruguaia. Ele não só fez os dois gols que tirou o time Uruguaio da ‘degola’, como também protagonizou um comportamento que encantou o mundo, ao dirigir-se ao seu fisioterapeuta beijando-lhe os cabelos grisalhos. Um indelével gesto de carinho expressando o quanto é gratificante lutar e contar com a ajuda se quem se confia. Esse episódio só reforça a teoria de que são nos momentos de sacrifícios que surgem grandes exemplos de vida. Aliás, foi só depois dessa demonstração de reconhecimento que o mundo soube do próprio calvário de quem também está sendo vítima de um mal, já que aquele homem que recebeu tamanha demonstração de carinho deixou sua quimioterapia para acompanhar o jogador do Uruguai.
Assim, para quem não gosta de futebol e se dispõe a fazer uma campanha paralela negativa para que as coisas não andem bem, acho que está na hora de esquecer as questões partidárias e os ímpetos eleitoreiros e valorizar aquilo que foi oferecido ao Brasil como oportunidade de frear as críticas estrangeiras que colocaram (antes da Copa) nossa Nação como um país só de problemas. Nós temos problemas sim e são muitos. Entretanto, a vontade política e o empenho de cada um para resolvê-los exige reflexão muito mais profunda de que meras intenções políticos partidárias.
A Copa é uma atividade humana e como tal deve ser vista como algo importante no contexto das relações interpessoais que transpõe barreiras de preconceito e que leva os homens a se integraram pelo futebol, a tal ponto de as Nações se unirem (mesmo que opostas politicamente) para curtir um mesmo tipo de emoção que é o auge de se ver a bola balançar as redes adversárias. Essa emoção quando é partilhada por corações de diversas origens leva as pessoas a se perguntarem se vale a pena ficar alimentando conflitos.