ATEÍSMO E DÚVIDA.

Em princípio o que para alguém não existe não deve ser contestado, contraditado. Só nego o que admito para negar, considero e nego. O que não existe não é cogitado. Só cogito, discuto, admito a existência para duvidar, negando do que duvido, que possa existir.

Não se contraria o inexistente por não existir.É desconhecido, não integra o mundo de objetividades. Colocando algo em debate admito a possibilidade de sua existência, para negar após admitir a possibilidade.

Dessa forma surge como possibilidade a existência de Deus, no ateísmo, como no agnosticismo que não admite nem inadmite sua existência.

Conheço a possibilidade e a nego, não posso demonstrar sua existência.

Como afirma Kant, e ninguém maior do que ele para discutir a “ideia de Deus”, como revolucionário se fez, do Ser Necessário.

“Não posso demonstrar a inexistência de Deus, nem sua existência”, pontificou o filósofo que mudou a estrutura de pensar.

Que não se discuta a hipótese sem admití-la, quem discute admite para negar, ou seja, aquilo que não é, que seria, se fosse, em lógica comezinha.

Não é polêmica, é lógica, denominador comum do pensamento. O ateísmo, também, está lastreado na dúvida.

E pode-se chegar ao que pode parecer absurdo, pois a dúvida segue também os passos do teísmo, como no ateísmo que nega o que considera.

Não posso descrer no que inadmito, para descrer preciso de uma objetividade possivelmente existente.

O que não existe não VIVE NO MUNDO DAS IDEIAS admitidas discutir, negando ou não, sob o princípio e normatização da dúvida buscadora.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 21/06/2014
Reeditado em 22/06/2014
Código do texto: T4853016
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