"FEBRE AMARELA" EM BRASÍLIA
De repente a “corrente pra frente” formou imensos cordões próximos à entrada do Estádio Nacional Mané Garrincha. O amarelo tomou conta da paisagem e, contrastando com a verde Esplanada, parecia a torcida brasileira, mas eram os colombianos. Eles ocuparam os longos e largos espaços abertos, em toda a área do Plano Piloto. Os estacionamentos do Parque da Cidade, a Esplanada dos Ministérios, a rodoviária central, o Eixo Monumental, a torre de TV, estações do metrô. Sorridentes e eufóricos, acenavam com mãos e bandeiras, agradecendo a acolhida, elogiando o Brasil e sua capital. “Muy buena gente, muy bella ciudad”.
Mas essa mistura de gente, de nacionalidades e de línguas, mudou a cara da cidade, que está em festa neste clima de Copa, comemorações, passeios e muita curtição na Fifa Fan Fest. Ali todos se concentram; brasileiros, colombianos, costa-marfinenses, argentinos, norte-americanos e outros visitantes. A rivalidade é só dento do estádio; fora, nas asas sul e norte do Plano Piloto, tudo é simpatia, abraços, camisas de todas as cores e países, música, dança e fotos. Muitas fotos.
Brasília, contagiada pela epidemia do futebol, ontem esteve com a febre amarela contraída pela paixão colombiana. Torci pela vitória da Costa do Marfim, pois o choro emocionado de um dos seus jogadores me comoveu. Mas, no fim, todos “ligados na mesma emoção”, uniram-se à festa. Pelo jogo, pela Copa, pelos respectivos países, pelo Brasil, por Brasília. E esta cidade ainda vai receber muitos torcedores visitantes para essa confraternização, que bem poderia ser para sempre e não ocasional. Contudo, estão valendo muito estes encontros que nos aproximam, nos unem e nos identificam em várias cores.