Meu ex-amor
Conversando com um colega que foi uma antiga "paixonite", dei-me conta de como é engraçado relembrar certas situações do passado. Eu o amei. Sim, eu o amei! Na verdade não foi aquela coisa “Oh, que amor!” Foi um amorzinho, pequenino. Contudo existiu. Pelo menos em meu mundinho, sem nunca ser retribuído. Chorei uma vez... Uma única vez por ele. E em muitas outras vezes senti raiva, tristeza e solidão, como vocês podem observar em alguns textos publicados nesse recanto. Se até como amigo ele me dava trabalho, imagina se fosse meu namorado?
Não sinto raiva por lembrar os abandonos ou as diversas vezes em que ele me deixou falando sozinha. Sinto pena daquela garotinha que sofreu por um cara que não merecia e por ter tido que escutar tantas vezes sua voz desafinada cantando e tocando violão. Como eu pude amar, mesmo que por pouco tempo, um cara que além de não me dar valor escreve “conseguil”, “tau” e “nótace”? Estou rindo de mim mesma nesse momento. Contudo agora estou feliz, muito feliz, porque me sinto livre.
Isso é muito ridículo, eu sei. Porém como escrever funciona como uma terapia para mim, eu não podia deixar de relatar o ocorrido e até mesmo dividir com quem queira ler. Quem nunca amou alguém e depois se decepcionou consigo mesmo por ter amado tal pessoa? Uma minoria vai responder que não. Claro que os motivos que nos levam a deixar de amar alguém não são iguais.
Eu não estou dizendo que deixei de amar o rapaz pelos seus erros de português, pois eu mesma também cometo os meus, ou pela sua voz terrivelmente desafinada. A sua indiferença e abandono fizeram com que eu me arrependesse por ter desenvolvido esse nobre sentimento por ele e por ter derramado algumas lágrimas.
Acredito que o amor envolve admiração. Acaba-se a admiração, acaba-se o amor. Todavia não necessariamente amamos todos que são dignos de nossa admiração. Hoje ainda falo com esse rapaz que um dia amei. Até eu dou um “gelinho” nele vez ou outra. Isso não é vingança. Ele só deixou de ter a mesma importância que tinha antes para mim. E a vida segue. Beijos poéticos!