DISTANTE DA HUMANIDADE

Em sua opinião, quem está certo: os Black blocs que vão para as ruas protestar contra a realização da Copa do mundo no Brasil, ou aqueles que se fantasiam de verde e amarelo, dos pés à cabeça, para torcer pela seleção brasileira? Em minha opinião, nenhum deles e explico os porquês.

Os primeiros não me convencem com o discurso de que agem em nome da decência e da moralidade no que concerne aos gastos públicos, considerando que, na minha idade, eu “já assisti a alguns filmes similares”. Embora a causa seja justa, os atos perdem a decência, quando são praticados contra alvos errados, pois ninguém tem o direito de destruir o que não lhes pertence. Além disso, eles se revestem de covardia, pois é isso o que, em meu entender, as máscaras encobrem.

Claro que as coisas podem não ser só assim, pois no meio deve existir também o pessoal que age sob os efeitos da idiotice endêmica, que mantém viva a expressão: “Maria vai com as outras”. De qualquer forma, penso que, no fundo e no raso, os atos de vandalismo a que temos assistido, são orquestrados por políticos, que querem assumir o posto majoritário para fazer pior, pelo menos para os menos favorecidos, vez que as principais críticas são feitas a tudo o que os têm beneficiado.

Já o pessoal que vibra ou chora fantasiado de brasileiro me parece inconsequente, pois não vê nada demais em nossos governantes escolherem gastar R$30 BILHÕES de reais para dar “circo ao povo”, enquanto os hospitais e as cadeias não dão conta dos números crescentes de seus “usuários”. Embora seja uma analogia muito forte, essa inconsequência me lembra dos romanos, de 80 a 523 d.C, achando bonito ir para o Coliseu assistir aos gladiadores se exterminando ou aos cristãos sendo lançados aos leões.

Todo o exposto até agora, não significa que eu não veja valor nos esportes, ou que entenda que não se deva investir dinheiro neles. Percebo claramente sua importância para o desenvolvimento saudável do ser humano, mas o que me causa desconforto são os esportes de competição, pois não creio que tenha sido uma invenção de Deus, algo que, simultaneamente, cause a alegria de alguns de Seus filhos e a tristeza de outros. Não me venham com os discursos de que: “Nossa, que radical!!”, “Ora bolas, sempre foi assim!”, pois são pensamentos assim que contribuem para que a raça humana, mereça, cada vez menos, esse adjetivo que a deveria, efetivamente, qualificar.

Como já estamos bem distantes da “sopa promordial”, dos dinossauros, do Australopithecus, do Homo Habilis, do Homo Erectus, do Homo Sapiens Neanderthalensis, e do Homo Sapiens Sapiens... E como há mais de 500 anos foram extintas as torturas medievais sob o comando dos tribunais da inquisição, tenho esperança de que um dia o homem aprenderá a enxergar o outro como irmão, e viverá para ensejar a felicidade mútua.

Nesse dia não haverá fronteiras, nem bandeiras, nem exércitos e nem competições. Talvez uma criança do futuro, pesquisando sobre o passado, conclua que a raça de seus antepassados, durante milhares de anos, se classificou como “HUMANA”, mas demorou outros tantos para de fato esse adjetivo merecer.

NORMA ASTRÉA
Enviado por NORMA ASTRÉA em 17/06/2014
Reeditado em 17/06/2014
Código do texto: T4848065
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.