SAUDADE DE TI

SAUDADE DE TI

Ah!! Como eu te odiava, quando cobrias minha cabeça pensante, com as cores negras ou cinzas, tuas referências e preferências. Ah!! Como eu adorava te deixar esquecido, em algum canto de algum lugar, que fazia questão de não lembrar. Ah!! Como detestava tua companhia, sempre incômoda, tolhendo meus braços, impedindo-me de abraçar a quem eu queria abraçar. Ah!! Como era desagradável carregar-te, aguentar a tua presença, que fingia querer proteger-me, mas no fundo no fundo, apenas usava-me para fingir-se útil. E hoje, sinto uma saudade de ti, da tua companhia, nem sei de teu paradeiro, talvez estejas encarquilhado pelo tempo, jogado em algum canto, abandonado e inútil. Vou confessar uma coisa, adoraria reencontrar-te, tomar uns gorós e acordar na manhã seguinte, sem gosto de guarda-chuva na boca, mas olhar pro lado e vê-lo ali, molhadinho, meu amado guarda-chuva.

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 17/06/2014
Reeditado em 17/06/2014
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