O Herege que falou com Deus - Capítulo 5 - Babilônia
Se formos estudar sobre Babilônia, a cidade, vamos encontrar muitos fatos, eventos e argumentos para falar muitas coisas e defender muitos pontos de vista, mas em um único ponto, dificilmente, será possível discordar: Babilônia refere-se a comércio e movimentação de dinheiro.
Quando se fala em Babilônia temos muito assunto para falar, porém não quero me ater em tudo o que se possa falar sobre, entretanto quero falar tudo que será necessário nesta publicação.
Temos pessoas que cultuam a Babilônia e fazem dela um ideal. Ao passo que há pessoas que dizem que a Babilônia é um mal. O que dizer?
Para termos um argumento convincente, é necessário entender o que leva uns a desejarem estar na Babilônia e o que leva outros a querer abandonar a Babilônia. Todavia, no meio desse fogo cruzado, mesmo os que querem abandonar a BabiLonia, estão amarrados a ela de tal maneira, que não sabem como se desvencilhar de suas garras.
Se formos estudar sobre Babilônia, a cidade, vamos encontrar muitos fatos, eventos e argumentos para falar muitas coisas e defender muitos pontos de vista, mas em um único ponto, dificilmente, será possível discordar: Babilônia refere-se a comércio e movimentação de dinheiro.
A Babilônia dos tempos antigos pode ser comparada às grandes metrópoles de hoje com toda riqueza e fluxo de pessoas indo de lá para cá sem se ver e sem se falar. Todos caminham, muitas vezes sem destino, a não ser com a motivação de conquistar mais recursos, para ter mais formas de comprar. Buscam dinheiro de um lado, para comprarem do outro lado em um fluxo contínuo de compra e venda doentio.
Muito do que se compra e vende nas grandes cidades são coisas desnecessárias, mas que movimentam grandes quantias de dinheiro e estimulam o desejo, a vontade e a ânsia por possuir, comprar, ter e ostentar.
A Babilônia está em todos os lugares; nas praças, nas ruas, nos shoppings, nos programas de TV, nas propagandas; não há lugar em que ela não se apresente.
Crianças também são vítimas da Babilônia e vivem nela. Já entendem que serão valorizadas e medidas de acordo com o peso da marca que estão vestindo.
Como um câncer sem cura, a Babilônia causa toda a desgraça no planeta. Quer saber por quê?
Existem três coisas no mundo que fazem girar a roda da economia: o erotismo; o desejo de possuir coisas; e a vontade de ser melhor do que os outros.
Não se deixe enganar, a maioria das conquistas não ocorrem por satisfação pessoal; ocorrem para provar para alguém alguma capacidade.
Filhos conquistam para provar para os pais que poderiam; irmãos conquistam pra mostrar que são melhores; países conquistam para demonstrar poder para outros.
A religião é fruto do capitalismo; seu desejo de comprar coisas, merecer coisas e barganhar por tudo faz com que se tenha a estúpida sensação de ser melhor do que alguém porque usa uma roupa diferente, faz algo diferente ou oferece algum tipo e sacrifício a Deus ou a qualquer divindade.
Você vomita o favor não merecido de Deus por causa desse desejo profano e mundano que está incrustado no coração de quem quer ser mais importante do que os seus iguais.
Idiotice e hipocrisia.
Igualar-se aos sacerdotes que, julgando-se donos de Deus, crucificaram o salvador.
O Espírito de Cristo causa sempre esse ódio na religião e nos seus seguidores que tem o coração e consciência cauterizados.
"Malditos os fariseus, pois são como um cão que dorme na manjedoura do gado, pois nem come nem [deixa] o gado comer"
Tabulando, limitando, distinguindo e julgando pessoas é como está a religião dos dias de hoje. As portas das igrejas estão cheias de porteiros que medem o homem, criado à imagem e semelhança de Deus, pelo que está em seu exterior; seja pela pobreza, pela riqueza; medem as pessoas segundo seu padrão de santidade, como se Deus estivesse preocupado com a forma que acham certo vestir ou deixar de vestir.
Alguns, se fossem colocados no éden, com sua visão humana e carnal, com certeza chamariam Adão e Eva de promíscuos, caso os vissem antes da queda e, ironicamente, depois da queda, poderiam dizer: Hum, agora estão trajando roupas com o padrão de um cristão.
O padrão de Deus vai muito além de qualquer padrão estabelecido por nós. O nível de santidade exigido é inutilmente falsificado em muitos lugares.
Temos um problema com pensamentos construídos ao longo dos anos, décadas, séculos e milênios. Foi incutido na mente humana o padrão de custo para tudo. Não conseguimos aceitar favores e tampouco fazer favores sem esperar algo em troca. Temos a tendência de querer pagar e ser pagos por tudo. O que sai dessa ordem, na nossa mente, compromete nosso conceito de certo e errado. Não pagamos, não temos direito; não nos pagaram, não tem direito.
Vi, certa vez, a notícia de que uma mulher deixou de herança para um cachorro. Uma fortuna que poderia ajudar a muitas pessoas. Uma notícia muito triste mesmo.
Jesus, certa vez, chocou uma mulher quando lhe disse que não iria lhe abençoar pois, não podia deitar o pão dos filhos aos cachorros, e esta mulher disse que até mesmo os cães comiam das migalhas que caíam da mesa de seu senhor. Jesus comoveu-se com isso e essa mulher recebeu a graça que procurava.
O que isso quer dizer?
Cristo foi estúpido e grosseiro com a mulher?
De fato, não entendemos as coisas que Deus faz, mas ele faz sempre o melhor para nós.
No fundo de nossas almas, no mais íntimo do nosso ser, sabemos realmente quem somos e o nível de falsidade e falcatruas que existem no íntimo do nosso eu.
Muitas vezes é necessário um susto, um chacoalhão, um choque de realidade para vermos quem realmente somos para que possamos receber o que é divino em nós.
A graça é o dom gratuito de Deus. Qualquer coisa que façamos para tentar pagar o dom de Deus, está burlando a própria essência de Deus que é uma essência doadora, criadora e perfeita
Quando aceitamos o amor, a graça e o DOM não merecido do Salvador, nossa realidade muda completamente.
Certa feita uma mulher beijava, regava com lágrimas e secava com seus cabelos os pés de Jesus quando alguns fariseus, que vou chamar de religiosos aqui, apenas observavam e julgavam entre si a atitude de Jesus e questionavam o seu poder de distinguir pessoas. Ledo engano. Julgavam de uma maneira e Cristo Jesus tinha um padrão muito mais pobre de julgamento: o padrão da simplicidade.
Jesus era menos exigente e muito mais complacente. Talvez, se fôssemos definir, Jesus era muito mais paz e amor do que regras e dogmas.
O que ele conseguia fazer que os outros não, era olhar o interior das pessoas ao passo que aqueles apenas viam o exterior.
Não havia conformação da parte dos religiosos de que Jesus poderia perdoar o pior dos pecadores na hora. Instantaneamente toda mancha poderia ser apagada.
As mentes dos sacerdotes era abarrotada de regras, leis e costumes que deviam ser seguidos á risca, pois, caso contrário, ninguém era digno de falar com Deus.
Temos outro exemplo também de duas pessoas que foram ao templo orar. Um deles foi à frente e disse: Obrigado Deus, porque jejuo duas vezes na semana, dou dízimos e faço tudo que está na lei, enquanto um outro batia no peito e dizia: Oh! Deus. Tem misericórdia de mim que sou pecador. Jesus foi enfático ao dizer que a oração do segundo é que foi ouvida devido à sua humildade e não confiança na sua própria justiça.
João, o apostolo que vivia mais próximo de Jesus, disse em uma de suas cartas que se o nosso coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração.
Devemos entender que o nosso padrão de santidade não é o mesmo que o padrão de santidade de Deus.
Devemos entender que os pensamentos dele são diferentes dos nossos.
Devemos compreender que para atingir o padrão de Deus, somente através da força dele em nós.
É impossível você ser santo e também impossível medir a santidade de outra pessoa.
Os nossos olhos devem estar focados nele. Quando focamos os olhos em outras pessoas, no pecado delas, estamos caminhando em lugares escuros e desérticos; mas quando colocamos os nossos olhos em Deus, e no que ELE mesmo proporcionou para nos salvar, entregando cem por cento de nossa fé em sua capacidade de perdoar, de vivificar e de transformar as vidas, então teremos uma paz que vai além da compreensão humana, pois, ela nos trará a certeza do abraço do pai.
O espírito da Babilônia está inserido nas igrejas de uma maneira pegajosa, pecaminosa e purulenta. É um câncer na alma.
As pessoas fazem coisas para agradar outras pessoas.
Homens se vendem para políticos para ter status na cidade.
Homens se vendem ao luxo da hipocrisia para agradar os dízimos gordos.
Religiosos aceitam dogmas e doutrinas que os levam a viver uma vida promíscua, por não poderem casar, para seguir ritos que agradam aos olhos mas são ineficazes.
Há instituições que não permitem o casamento, forçando o celibato a quem não é celibatário e isso os leva a cometer e praticar atos condenados pela sociedade. Todos sabem e todos fazem vista grossa, aumentando sobre si mesmos uma hipocrisia que deveria causar ânsia de vômito em todos.
Não há liberdade de fato. E o que Cristo disse: Eu vim para libertar os cativos? Onde fica essa afirmação nas igrejas?
Como funciona essa liberdade?
A Babilônia não nos deixa ser livres.
A Babilônia sempre nos dá a sensação de DÍVIDA e COBRANÇA.
Quando o anjo que fala do Evangelho Eterno diz: “Caiu a Babilônia, morada de demônios,” é a isso também que ele se refere: ao espírito de comércio dentro da igreja. Não estou falando de dízimos e ofertas, apesar de que isso virou palhaçada em algumas instituições, mas refiro-me à graça de Deus mesmo.
Há sentimentos de compra e venda em você? Tenta comprar o favor de Deus? Tenta ‘merecer’ o que é gratuito? Tenta controlar a ação de Deus?
Vai ter com Deus e veja se realmente ele se agrade de suas atitudes condenatórias e insatisfatórias no que tange à salvação.
A salvação pertence a Ele e tão somente Ele pode nos julgar e condenar.
Dois pesos, duas medidas.
O pior, nisso tudo, são os pesos e medidas que temos. A mãe que acha seu filhinho o mais santinho. As donas Florindas da vida. Mulheres injustas e que se fazem de cegas criando marginais.
Os pais injustos que não reconhecem nada nas suas crianças. As tratam apenas cobrando e não dão um abraço e um beijo revelando o amor de um pai e o afago que é devido. Sim, muitos pais são tão rudes com seus filhos, que jamais suas atitudes são satisfatórias e a criança cresce com a sensação de dívida o tempo todo. Querem ‘provar’ sempre para alguém.
Salomão uma vez disse: Ensina a criança no caminho que deve andar e quando crescer, JAMAIS se desviará dele.
Tem noção o que é isso?
A marca da rejeição fará parte da realidade dessa criança o tempo todo.
A marca da injustiça e do egocentrismo será a tônica que regerá a vida de muitos.
Sua vida não é assim?
O que vê de seus pais em você?
Quanto você deve a eles? E eles? Quanto devem a você?
Essa dívida existe?
“Eu vim para que tenham vida, e a tenham com ABUNDÂNCIA.” Palavras de Jesus.
Se a sua vida ainda não é abundante, é porque não conseguiu perdoar a si mesmo e tenta pagar por algo que já lhe pertence.
Pague pelo ar que respira.
Pague pela terra em que pisa.
Pague pelo sol que brilha e faz as plantas crescerem.
Não, você nunca pagará por isso, assim como com a salvação. Nunca terá condições de pagar, sabe por quê? Por que ela não tem preço. É de graça.
Uma vez, em um desenho bem antigo, da liga da justiça, havia dois super-homens, o normal, que é conhecido de todos e um de outro mundo: o mundo “bizarro”. Nesse outro mundo, um menino vendia jornais e, como todo vendedor ambulante de jornal, ele gritava: “Extra! Extra!” . O super-homem, do mundo bizarro, perguntou: “Quanto custa? E o menino disse: “Custa nada, não. É de graça.” E o super-homem respondeu: “Não quero. MUITO CARO.” Esse desenho ficou marcado na minha cabeça, e eu tinha uns nove anos apenas e ria muito do super-homem bizarro. Ele era realmente muito bizarro. Se você viu esse desenho, entende o que estou dizendo.
Tem pessoas que acham, como o super-homem bizarro, a graça algo muito caro e não conseguem viver nela. E o pior de tudo, não deixam NINGUÉM vive-la. Vou citar novamente o texto do Evangelho de Tomé, que achei bem propício para essa situação: "Malditos os fariseus, pois são como um cão que dorme na manjedoura do gado, pois nem come nem [deixa] o gado comer.
É de graça.
CAIA A BABILÔNIA que faz pensar que tudo tem preço.
Nada tem preço.
É de graça.
De graça recebestes, de graça daí.
Amigos, fui salvo pela graça em Cristo Jesus, meu Senhor e Salvador. Se havia algo a ser pago, já foi feito por ele na Cruz do Calvário.
Não é a religião, mas o ato em si do Messias.
Há muitos profetas, guias, mestres e gurus, mas apenas um Rei e, com ele, sou também rei, pois ele é Rei dos reis e Senhor dos Senhores.
Flavio Josefo, o maior historiador falou do Cristo Jesus. Não estou procurando provas e tampouco argumentos para lhe convencer de que a salvação está em Jesus. Falo apenas do que recebi no meu espírito.
É como a respiração: Inspirei a graça e estou expirando ela para você.
Se alguém quiser lhe vender a graça e dizer-lhe que não é digno das portas celestes e do Reino dos Céus, olhe para Jesus e instantaneamente será digno da salvação.
Se a Babilônia quiser lhe cobrar algo, lembre-se de que a nota fiscal da sua vida, já está nas mãos de Jesus. A caneta foram os pregos que o traspassaram. A tinta foi o sangue vertido. E o preço foi a morte de um por todos.
Olharam para ele e foram iluminados. Seus rostos não serão confundidos.
Seja livre e aprenderá o que é a liberdade.