AO CRAQUE E AOS DOIS MENINOS

Enfim, chegou o dia doze de junho de dois mil e quatorze, data que, depois de tantas polêmicas sociais levantadas e discutidas entre nós, nos será um dia histórico, o marco do ínicio da Copa Mundial de Futebol da FIFA.

Bem, a partir de hoje, por trinta dias consecutivos, a festa do mundo será aqui, no BRASIL.

A quinta feira, também dia dos namorados, amanheceu maravilhosa, um sol morno de outono brilhou logo cedinho no céu claro duma Pátria tranquila, vuvuzelas soam em "fade", vez ou outra fogos de artifício espocam seus ruídos cá ou acolá, bandeirinhas tremulam nos automóveis e a gentileza, num dia de feriado, acontece milagrosamente até nas ruas...inclusive nos supermercados.

Sinto uma aura de felicidade coletiva porque hoje , ao menos, todos os olhos se voltam para todos nós, brasileiros conhecidos como cidadãos alegres e hospitaleiros. De fato, somos sim.

E a minha crônica deste dia eu a dedico ao craque e aos meninos que vi na tela da televisão, portanto aos três protagonistas do meu sentimento por ora aqui expressado que resumem um pensamento articulado.

Nesta semana, dentre várias reportagens da Copa que foram ao ar, duas me chamaram a atenção, ao me ensinarem como facilmente se cria mitos e felicidades instantâneas, posto que em fração de segundos revelaram duas crianças brasileiras anônimas ao mundo, dois meninos que fizeram glória por terem tido a sorte grande dum contato pessoal com o nosso maior craque de futebol, o nosso rei Neymar.

Acredito que tal encontro poderá lhes mudar o destino das suas vidas, destinos em antítese no presente momento.

O primeiro deles, feliz da vida, ao tentar pular o cerco do alambrado da granja Comari para recolher um autógrafo do craque, seria logo impedido de tal não fosse a aprovação estelar de Neymar.

A princípio, o que seria uma pequena infração da curiosidade e da ilusão infantis, virou a sensação do momento, porque Neymar o levou ao gramado junto aos demais jogadores que ali estavam e marcou presença.

E e a notícia bombou no mundo!

Flashs, autógrafos, entrevistas dos repórteres do planeta fizeram do garoto travesso um furo de reportagem do momento,ali, a revelação duma criança pelas mãos do craque, ainda bem pequena e que sequer entendia do que ali acontecia, a fez se tornar uma celebridade global a jato, só porque teve a aprovação imediata do craque Neymar.

Ali senti que o próprio craque se ofuscou diante da celebridade infantil já notória que ele mesmo promovia pelo seu endeusamento desportivo.

A criança saiu do gramado instantaneamente altiva e importante, sem muita conversa, porque afinal, tinha tido a felicidade ímpar de ser um ídolo criado do e pelo próprio Craque Neymar.

Fenômeno interessante aquele...acredito que mesmo Freud estudaria um tempo ...para descobrir o porquê do fato.

O segundo dos garotos da minha crônica, se trata duma antítese da alegria do primeiro menino, porque foi recebido no leito dum hospital da Santa casa de Santos, no auge dum tempo crítico da vida, num difícil tratamento quimioterápico por leucemia.

Aquilo era de partir o coração. Espero que ele também ganhe uma medula compatível para o seu transplante.

Os olhos do menino se encantaram com um vídeo que lhe foi enviado pelo craque Neymar e imediatamente me surgiu um link de pensamento analógico entre as duas crianças da tela... e o cenário social que as acolhem e as direcionam ao futuro.

Uma criança saudável, a outra tentando recuperar sua saúde, ambas felizes com o futebol e seus craques.

E obviamente que futebol, como uma modalidade desportiva, também é um promotor de saúde e bem estar social a medida que ao disciplinar em campo um trabalho sério de equipe, proporciona esperança de dias melhores às seleções de todos os campos, inclusive ao time da atual infância brasileira. Todos focam vitórias...

Divago o pensamento porque divagação analógica é coisa meio chata de quem escreve.

Mas, para finalizar, quero deixar aqui uma forte mensagem textual: eu desejo, muito sinceramente, de coração, dias de glória ao nosso craque Neymar e à seleção brasileira de futebol como um todo, da mesma forma que desejo dias de grandes vitórias aos dois meninos da minha crônica, representantes do futuro próximo do nosso Brasil varonil.

Ao garoto de Teresópolis eu também lhe desejo que todos os campos sociais daquele seu entorno da Granja Comari também tenham dias de glória no campo da reconstrução social. Que haja verbas e vontade de alguém para reconstruir.

Ao garoto da Santa Casa de Santos, e aliás, também às todas irmandades de misericórdia assistencialista em saúde, hoje tão sofridas em todo o país, instituições filantrópicas que acolhem os tantos doentes e que suplicam por verbas condizentes para o atendimento científico e humanizado, eu também lhes desejo grandes vitórias em todos os campos dessas lutas heróicas e tão tristes que se travam pela vida em campos tão inóspitos, bem mais do que a grama das nossas arenas que a FIFA diagnostica não serem tão resistentes...quanto certas doenças.

E aos dois garotos, como a todos nós brasileiros de todas as idades, eu nos desejo GOOOOOOLs!

Que nosso hexacampeonato possa nos levar ao marco emergente das tantas vitórias que esperam por nós.

Agora vou vestir minha camisa do Brasil, respirar fundo e ser só felicidade...porque nem só de letras ao vento se faz uma crônica de esperança.

Confesso a mim que eu realmente acredito que já no dia seguinte ao término da Copa do nosso Hexa, nunca mais teremos apagões.

Só teremos boas emoções...e vitoriosas recordações em meio a muita luz!

E vamos aos campos e aos holofotes!