NOSSO AMOR É COMO O "ENCONTRO DAS ÁGUAS"

À Yara Queiroz, pelo Dia dos Namorados/2014

O nosso amor é como o encontro das águas negras do Rio Negro com as barrentas do Rio Solimões: se digladiam, se entendem, se amam, se abraçam e se afastam por alguns momentos, ficam com raiva um do outro e depois voltam a se encontrar, com mais força e mais fortes. O nosso amor não é perfeito e nós também não somos. Temos defeitos, você tem, eu tenho, nos temos. Os contrários sempre se repelem, mas se unem e se tornam fortes e rumam para um mesmo caminho. Pedaços de suas águas turvas, como o Rio Solimões, invadem partes das águas negras de meu viver; se repelem, formam ondas por um tempo, mas depois terminam se amando, se entendendo e caminhando juntos!

Ah, como gosto de suas águas invadindo as minhas, mais calmas e não tão violentas pela correnteza como as suas, que derrubam barrancos, arrancam árvores e fazem flutuar suavemente sobre o seu leito, como flutuo também com seus carinhos, beijos e abraços!

Muitas vezes brigamos como as águas dos dois rios que se encontram em cores diferentes, em correntezas diferentes, em situações diferentes, mas nos aceitamos na entrega, na cumplicidade, nas diferenças e nos tornamos mais fortes. É assim a vida. É assim também o amor. Nunca poderemos ser sempre iguais porque as diferenças são naturais e seria enfadonho se viver se as forças contrárias não existissem. Elas existem e fortalecem o nosso amor!

Se o amor fosse sempre igual, não seria amor. Respeitamos os espaços um do outro. Como ocorre no “Encontro das Águas” que embelezam Manaus, às vezes suas águas invadem com mais força, minhas águas; em outros momentos, invado as suas. Também, como o Rio Negro, que nasce na Colômbia, como Rio Guainia, conecta-se com o Rio Orenoco, passando a ser o maior afluente da margem esquerda, também você é maior do que eu, sempre. Do Rio, como Negro você, minha esposa é, também, extensa, intensa e o maior afluente de minha vida Eu sou o maior rio negro do mundo, o segundo maior em volume de água, mas sempre corro para seus braços porque você passou a ser minha vida desde 2006. Sou totalmente dependente de você para viver! Sem suas águas, já teria me afogado, talvez em suas lágrimas que choraram por mim quando fiquei em coma! Obrigado, Yara, por não ter desistido de mim em nenhum momento.

Eu, como o Rio Negro, sou brasileiro com ascendência no Ceará, de origem de família Tosta, da Espanha que virou Costa mais tarde. Como o Rio Negro, também fiquei mau humorado desde 2006 e nos encontramos no Amazonas, eu e você casados antes; separados, depois e nos unimos. Somos como o “Encontro das Águas”:brigamos, nos desentendemos, mas não podemos viver um sem o outro, mesmo que queiramos, porque temos que continuar medindo forças contrárias para nos tornarmos mais fortes, unidos e determinados para seguir por um mesmo caminho.

Como disse o escritor Tarcísio Machado, em seu belíssimo livro OS SETE SEGREDOS DO RIO AMAZONAS, (www.reggo.com.br) temos um ideal, um sonho, um objetivo, uma meta de vida e dentro de nós emerge forças que ainda desconhecemos como se fosse uma chama que nunca se apagará. Mas somos humildes e sabemos superar obstáculos, conviver com as diferenças, mesmo com o nosso encontro das águas de amor já esteja um pouco poluído pelas nossas intolerâncias, jamais perderemos nossos objetivos porque quando os obstáculos aparecem para ambos, sempre nos movimentamos mais rápidos e ainda não alcançamos nossos sonhos porque continuamos lutando para chegar ao mar

carlos da costa
Enviado por carlos da costa em 12/06/2014
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