DE MENDIGOS EU ESCUTO CADA UMA!
 
Gosto muito de ouvir o que falam e, se falam, deve ser o que pensam. Há uns dias eu estava tranquila no balcão de uma simples lanchonete. Foi aí que entrou uma mulher com seus 30/35 anos no máximo, mas de face carcomida pela vida. Ela usava uma roupa toda frouxa, pelo menos um número maior que o dela. Apesar do frio, seu calçado era uma sandália que nada tinha do Havaí. Para esquentar os pés, meias completavam o traje. Arrastava um carrinho meio de feira, que tinha muita coisa dentro, além de uma grande sacola amarrada numa lateral. Apoiou o tal armário ambulante numa parede e se sentou num banquinho. Contou seus trocados, olhou para o painel onde estava escrito o que tinham, a fim de encontrar algo para pedir. Logo veio o sanduíche mais em conta e um copo do suco de máquina. Ao terminar sua pobre refeição, chamou o gerente e exigiu uma nota fiscal. Ela lhe explicou que seria para abater do seu imposto de renda. – Eu somente prestava atenção em tudo. – Daí ela catou sua tralha e, ao passar por mim, perguntou:-“A senhora não acha que aqui deveria ter internet para os clientes usarem? – Respondi que seria uma ótima ideia. - Ela franziu sua testa e se foi pensativa. Eu fiquei mais pensativa ainda.
Deyse Felix
Enviado por Deyse Felix em 11/06/2014
Reeditado em 03/11/2016
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