QUEM ERA TIO VIROU VÉI

e souza

Encontrei um velho conhecido e seu filho, hoje com 13 anos, esse garoto anos atrás me contou uma história em que a figura principal era um simpático dragão, assustador, mas simpático. Contou como são cultivados, como nascem, de como é a convivência nesse planeta e porque vivem dentro de armários e não embaixo de camas, etc. Naquela época o menino tinha cinco anos de idade. Num abraço apertado externou sua saudade e o quanto continua carinhoso e me cumprimentou dizendo: -Oi véi, tudo em cima? – Tuuuudo. Em seguida me contou sobre a escola onde estuda, do curso de inglês que está fazendo há meses e de uma amiga que ele está perdidamente apaixonado (ahah, o amor!). A garota não gosta nenhum pouco de dragões e ele está preocupado com o futuro do romance. Entre outras coisas, me disse que agora podia me contar um segredo sobre estes incorrigíveis dragões. Tomou acento a meu lado e disparou: - Para deixar seu dragão domado, manso e sob seu total controle é só deixar o bicho chegar perto e o senhor faz cócegas na barriga dele... Pensei, será que esse menino pensa que está falando de cães, gatos? Não. Ele está falando de dragões mesmo! De repente ele mudou de assunto. – O senhor falou do meu dragão naquela sua história (já comeu laranja hoje?), é muito legal, mas o que não é legal é que não disse meu nome em nenhuma linha a final de contas o bicho é meu. Expliquei que não queria expor seu nome, e ele entendeu e retomamos o assunto dos dragões. –Mas Luizinho (vou chamá-lo assim), e se o bicho quando estiver bem perto de mim e resolver me comer antes de eu fazer carinho em sua barriguinha? – Ora, dragões não fazem mal a ninguém, tenta um dia pro senhor ver, e outra coisa, meu nome não é “Luizinho”! (poxa, naquela época ele me chamava de “tio”!)

e-mail: edsontomazdesouza@gmail.com

E Souza
Enviado por E Souza em 10/06/2014
Reeditado em 04/01/2015
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