Convivendo com um pit bull
Há cerca de uma semana, minha irmã e o namorado dela deixaram um filhote de pit bull aqui em casa para tomarmos conta enquanto a granja para onde ele pretende levá-lo ainda está em reforma. Logo que eu vi que deixariam o filhote para cuidarmos, achei que era falta de educação dos dois. De educação e de discernimento. Primeiro, não está correto adquirir um animal e colocar em cima dos outros como eles fizeram. Segundo, se ele queria um cachorro para guardar a granja, por que ele não esperou as obras ficarem prontas antes de comprar o cachorro?
Ter um pit bull aqui em casa me lembra de um fato muito triste que ocorreu em minha vida há alguns anos: a morte de um dos meus gatos. O animalzinho foi agarrado pela garganta e o pit bull o matou por asfixia. Eu vi o animal morto, de olhos abertos, sangue escorrendo de sua boca na calçada de casa. Eu quis avançar contra o cachorro com um cabo de vassoura, mas minha mãe gritou: "É um pit bull!"
O pit bull atacou meu gato a mando do dono, que saiu zombando de nós. Desde aquela maldita noite, não consigo olhar para essa raça de cachorro sem sentir mal-estar. A minha gata negra, que todos podem ver na minha foto no meu perfil, também testemunhou e, por causa disso, nunca mais teve coragem de sair à rua.
Conviver com o filhote não tem sido fácil. Ele não tem dois meses e noto tendências agressivas nele. Morde-nos o tempo todo, é difícil de controlar e, várias vezes, rosnou do nada para nós. Ontem mesmo, rosnou para o coelho. Hoje, mordeu-me a mão e as pernas. Até onde o comportamento de um pit bull é determinado pela carga genética ou pela criação? Não sei. Mas penso que é bom que o namorado da minha irmã saiba criá-lo de forma correta se não quiser que o animal se transforme numa fera incontrolável porque, observando-o bem, concluo que ele tem todo o potencial para se tornar uma.