A Malásia está jogando dinheiro fora em busca pelo avião desaparecido...
O total gasto até agora pela, nas buscas pelo avião do voo MH370, da companhia Malaysia Airlines, desaparecido em 8 de março com 239 pessoas, chega à casa dos 27,6 milhões de ringgits, equivalentes a US$ 8,6 milhões. Até agora! E, ainda, conforme as próprias palavras do sr. Azharuddin Abdul Rahman, chefe do Departamento de Aviação Civil, não se sabe o total que foi gasto por outros países.
Tudo bem, consideremos os sentimentos dos familiares dos passageiros. Tudo bem, consideremos também a necessidade que as autoridades envolvidas no caso tem de solucionar o mistério e descobrir as causas do desaparecimento. A mídia internacional e a população mundial está inquieta em descobrir, de uma vez por todas, o que aconteceu. Mas também vamos considerar o fato de que não podemos ser egoístas e nos preocuparmos só com a nossa causa, mas parar pra pensar e chegar à conclusão de que o mesmo pode acontecer com outras pessoas. Aí devemos nos solidarizar e tentar evitar. Devemos preocupar com a modernização dos sistemas de segurança da aviação civil, com o futuro dos familiares e com todo o demais que a sociedade precisa, de verdade, nesse momento.
Está certo que o dinheiro não vai suplantar a perda que sentem os familiares, mas se dividirmos 8 milhões de dólares por cada passageiro, quando não receberia cada família? E ainda tem a família dos tripulantes...
Levando em consideração todas as teorias envolvendo o sinistro, desde as mais plausíveis às mais absurdas, desde terrorismo a abduções, imagina aí oito milhões investidos em prol da sociedade? Lógico que esse valor nas mãos de políticos não rende nada, mas aplicado diretamente por uma empresa que se quer mostrar séria, é outra história.
Se oito milhões (a mais) fossem investidos em estudos e na modernização de sistemas, em métodos de segurança, em desenvolvimento de tecnologias, enfim, na melhoria da aviação civil seja de qual for a forma, o quanto melhor poderia ser essa parte? O quão mais segura ficaria? Pode parecer pouco dinheiro, mas esse é o valor gasto até agora. E quanto mais ainda irão gastar?
Se oito milhões fossem investidos em melhorias estruturais nos aeroportos, ou revertidos a fundos que apoiam o desenvolvimento tecnológico e científico, o que a sociedade ganharia?
E se oito milhões fossem doados para comprar comida e distribuir às pessoas que passam fome na África?
E quanto mais os outros países gastaram? E quanto mais ainda vai ser gasto em busca desse avião?
E quanto mais vou ficar questionando isso? É da minha conta? Não. Mas é muito dinheiro. E até agora só foi jogado fora, pois as buscas não revelaram nada... Aliás, revelaram que estão procurando no lugar errado.
O caso aqui não é ter compaixão ou sentir (ou deixar de sentir) a mesma dor que os familiares sentem. O caso é não ser egoísta o bastante para exigir que o governo jogue milhões em dinheiro fora, ou bilhões, e ainda mais dinheiro em novas buscas, enquanto milhões (bilhões?) de pessoas passam fome no mundo. Enquanto outro tanto de aviões podem cair (e caiu: outro da própria Malaysia, em 17/07/2014). Enquanto há doenças se proliferando mundo à fora. Não que os familiares não mereçam, merecem sim, mas deve também partir deles a compaixão ao próximo. Nada tirará a dor deles. Resolver esse mistério é preciso. Mas mostrou-se ineficiente. Em mais de três meses de busca, nenhum vestígio, nada! Descobriu-se apenas que estavam procurando no lugar errado. E mesmo que encontrem o avião, o que se mudará nessa história? Nada trará de volta os entes perdidos. Nem mesmo ter o direito de enterrar o corpo deles mudará em nada essa história. E exigir que ainda se gaste mais e mais, é, me perdoem, um egoísmo!
Uma boa saída seria programar um orçamento para essas buscas e consignarem nele que, transcorrido determinado período, e gasto já determinada quantia, faria-se um cálculo de projeção do quanto mais ainda seria necessário gastar para continuar com as buscas. Dentre esse total, dividia-se uma boa parte para ser destinado à família dos desaparecidos, um total ainda que seria revertido à educação e saúde desses familiares, principalmente os filhos, outra parte seria investido em pesquisa e desenvolvimento tecnológico para tentar diminuir acidentes aéreos. Ainda poderia-se criar um fundo para assistência às vítimas de outros desastres aéreos, porque pelo que estamos vendo e vivendo isso não vai parar...
E ficar correndo atrás do rabo é que realmente não pode.