São apenas Fases

- Vê aquela jovem de traços de anjo?

- Sim. A vejo cercada de amigos, parece ser muito amada.

- Quando foi trazida à mim, um olhar de terror a acompanhava, gritava palavras desconexas, chamava pela mãe, implorava por misericórdia. Lembro - me cheguei a sentir pena da pobre.

- Consigo entender o desespero da linda menina, não é fácil processar rapidamente uma nova realidade.

Rindo a antiga amiga, relembrou: - Você conhece bem esse momento de transição, pois deu-me muito trabalho quando chegou.

- Nem diga, vamos minha querida como foi acalma-la parece tranquila, vejo linhas suaves em seu semblante.

Por um momento flagrei minha amiga examinando a moça bonita de pele muito alva, seu rosto parecia obra de arte, desenhada com muito requinte, ricamente delineada. Me pego também pensativa: tão bela, tão bela.

- Então, como a acalmou?

A pergunta chega de supetão invadindo os pensamentos da minha amiga

- A peguei pela mão e convidei para um passeio

- Assim, tão fácil?

- Não foi nada fácil, foi um passeio muito dificil e esclarecedor, enquanto caminhávamos mostrei cada uma das fases da evolução humana, disse a importância dessas fases e também falei da missão de cada um, e por fim que após o cumprimento dessa missão passamos a outra etapa uma outra fase.

- Ela, entendeu?

- Não. A princípio fui desafiada por ela, não achando justo, pois ainda era muito jovem.

-Tenho um futuro promissor, não vivi nada daquilo que planejei para mim, lutei muito, projetei sonhos, não conclui minha missão, como diz.

Rindo, desafiei minha querida amiga.

- E agora? acho que ela foi mais esperta que eu quando cheguei, fui facilmente ludibriada por você.

Minha amiga, sorri meio desconcertada, e já se defende:

- Não enganei nem a você, nem a ninguém, a verdade é única e universal , cada um tem seu momento.

- Acalma-se, só estou brincando, continue a relatar, como a convenceu, ops. Deixei escapar um leve sorriso maroto, percebi que já era hora de parar com a brincadeira para enfim ouvir minha ceifadora, que seguiu seu relato.

- Expliquei que não sou eu quem decide qual a missão de cada ser, tampouco quando ela acabará, e quando chegam a mim é porque era chegada a hora de seguir para a próxima etapa, sua fase fora completada, e assim fora decidido, não por mim, mas já estava escrito que assim seria.

- Ela parece-me serena, um ar de contentamento invade seus traços de princesa. Podia jurar que a vida lhe sorri gentilmente.

- Por fim entendeu, que não acabou e logo terá novas e belas experiências. Fico olhando enquanto me sorri e lentamente vai se afastando, enquanto aproxima-se da nova alma que veio resgatar.

Elisa Troni

Elisa Troni
Enviado por Elisa Troni em 09/06/2014
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