Copa do mundo - uma estranha apatia
É verdade. Estamos a poucos dias do início da Copa do Mundo, no país do futebol e do carnaval. Estranhamente (ou não), não se sente a euforia habitual das massas, que parecem adormecidas num sono letárgico e profundamente apático. Somente existem alguns focos de manifestantes, que reclamam contra as precárias condições em que o país se encontra. Será que existe relação entre estes dois factos? Há quem diga que sim e há quem diga que não. Os que dizem que sim, afirmam categoricamente que o povo, ao sentir-se ultrajado pelas gordas somas gastas e atribuídas a toda a infraestrutura do evento, querem demonstrar neste momento toda a sua indignação e veemência. Os que afirmam que não, indicam outros fatores, como uma certa descrença na capacidade do Brasil gerar a bom termo, semelhante e pesada empreitada. Ou ainda, uma certa vergonha subconsciente e oculta, na questão de mostrar para o exterior um país que não corresponde à realidade. Um país que se preocupou, antes de tudo com a sua maquillage e que certamente retornará, depois da copa, à mesma situação de sempre. Bom, uma coisa é certa; a Copa do Mundo está aí e o Brasil vai jogar em casa. Numa boa ou numa má casa, tentará com muitas ou poucas vaias conquistar o seu caneco e dar essa alegria ao seu povo. Provavelmente e se Brasil for campeão, rapidamente serão atenuadas (esquecidas) muitas das questões reivindicadas. Isso, já aconteceu em outras ocasiões, de uma forma redundante e categórica. Se o Brasil perder, é natural que alguns problemas se agudizem. Afinal, estamos no país em que a bola é tratada como um deus glorioso e venerado. Para aqueles que defendem a paz podre, só lhes resta rezar e torcer. Para os outros, que desejam um país com mais justiça, segurança e qualidade de vida, existirá uma ocasião nobre para que repensem as suas atitudes e conceitos. Tentando, talvez, ser mais conscientes, práticos e objetivos no seu voto. Afinal, o Brasil poderá ser hexa, no futebol e dente de leite num novo rumo político atribuído ao país e ao seu povo.