RETRATOS DE MIM
Sentando e me pondo a refletir sobre mim, preparo-me com investimento mental para expor uma poesia ou algo que seja belo e apreciável de se ler.... Ao mesmo tempo em que tento ressignificar minha biografia com a melodia de uma rima ou métricas, não encontro no meu repertorio mental algo tão prazeroso de se ouvir...
Minha dor me consome a cada dia, sinto-me desamparado, sem rumo, como se eu estivesse em uma casa sem teto ou em um chão sem solo firme para tocar.
Esse sentimento me aprisiona e me asfixia de tão modo que minha vivencia anda cada vez mais difícil, meus desejos e sonhos não se encontram vivo como antes e sinto medo, apenas medo e angustia injustificável.
Choro ao perceber que minha vida está ficando sem sentido e minhas forças estão se exaurindo ao procurá-lo. Os que me rodeiam sofrem por minha dor. Por distanciar-me afetivamente sem corresponder a intensidade de afetos que investem em mim.
Sinto meus sonhos saírem pela janela aberta. Sinto-me estranho. Com desejos que eu temia desde criança.
Depositavam crenças em mim de um destino previsível de atos que eu abominava.
Deparei-me com tal experiência e não sei como lidar com toda a confusão que me encontro. Estou cansado, triste, apático e com uma sensação que algo de ruim a qualquer momento vai me enlouquecer.
Ao dormir minha cabeça não para, fala comigo o que eu não falo para ninguém, meus sonhos noturnos fazem com que eu entre em contato com uma realidade que tento obscurecer na minha arrogância e vida despersonalizada e frágil, meus ouvidos gritam o que meu coração pulsa com minha taquicardia. Enquanto eu choro e adentro no abismo da dor.