CADA POVO CRIA A SOCIEDADE QUE ESCOLHE PARA VIVER
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Tomando remédios, dormindo, acordando e escrevendo, estou vendo que cada povo escolhe nas urnas a sociedade na qual deseja viver, mas essas escolhas erradas têm um preço, que pode ser sempre caro demais! Todos nós somos responsáveis pelo que queremos e escolhemos para nos representar porque, através deles surgem as leis, decretos, portarias, nomeações dos conselheiros dos Tribunais de Contas, Conselhos Tutelares e de nomeações de parentes ou amigos para compor as Comissões de Fiscalização da Merenda Escolar, da Educação, além da escolha de Secretários de Estado, dos Municípios e até dos Ministros. Todos são servidores públicos, mas parecem servidores de si mesmos e de seus interesses pessoais.
No caso específico estou me referindo ao que ocorreu no RJ com o fotógrafo Luiz Cláudio Marigo, que estava dentro de um ônibus em Laranjeiras, começou a passar mal, o motorista seguiu seu itinerário normal porque passaria pela porta do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), parou, pediu socorro, mas existia atrás uma faixa “a saúde não pode ser mercadoria” e os funcionários estavam em greve e no hospital não tinha emergência, embora seja considerado um hospital de referência. Ele faleceu e seu corpo de 70 foi enterrado em um cemitério na Zona Sul do Rio de Janeiro. Para piorar mais esse quadro, pacientes foram tratados como se fossem marginais em um hospital da Paraíba, com cadeirante sendo arrastado por um policial como se ele fosse um bandido; Os policiais estão tão acostumados a dar gravatas e a conter bandidos perigosos que acho que contundiram um cadeirante com bandido perigoso, armado com uma cadeira de rodas que poderia ser arremessada contra os truculentos policiais. Os acompanhantes do paciente que entraram no hospital empurrando a cadeira de rodas, saíram do hospital como se fossem também bandidos perigosos e, para piorar, o chefe da segurança do hospital ainda garantiu que todos se “defenderam” e ainda foram processados como agressores. Um absurdo!
Também me refiro aos mais de seis anos em que o prefeito de Coari, Adail Pinheiro, conseguiu protelar mais de 50 processos contra ele, vários por crimes de pedofilia, até que o Tribunal de Justiça aceitasse a primeira denúncia contra ele, feita pelo Ministério Público em fevereiro! Se teve ou não o dedo do prefeito de Coari por trás de tudo isso, não me interessa saber, porque o Tribunal de Justiça sempre se defendeu e justificou de várias maneiras mirabolantes os atrasos. Agora, o prefeito é réu e responderá pelo menos por um crime de pedofilia. Menos mal.
Refiro-me também aos movimentos sociais que recebem apoio de marginais, traficantes que estão presos, mas comandam tudo de dentro das cadeias por telefones celulares que permanecem sem bloqueadores e baderneiros mascarados que após as manifestações pacíficas, terminam quebrando e saqueando lojas, depredando bens públicos, incendiando ônibus e depois reivindicando o que lhes falta: ônibus, caixas eletrônicos, melhorias em transportes, saúde, educação. Como, se os baderneiros não pensam nisso antes e não são educados. Aceito manifestações; não, badernas orquestradas e financiadas por partidos políticos, como já ficou claro e provado por ocasião da prisão de Elisa Quadros Pinto Sanzi, de 28 anos, envolvida na bomba atirada contra o cinegrafista da BAND, Santiago Andrade, que confessou coordenar manifestações de baderneiros e entregar-lhes bombas e rojões e estar ligada a partido político. Fábio Raposo e Caio de Souza continuam presos pela morte do cinegrafista, mas Sininho, seu apelido, permanece livre, leve e solta.
Cadê os movimentos dos deficientes que não protestaram contra esses marginais fardados e truculentos? Estou enojado com tanta hipocrisia social, com tanta violência, tanta depredação, tantas greves que já ocorreram e outras que ainda ocorrerão antes do início da Copa. Estou farto de crimes bárbaros e fúteis, como foram cometidos contra o zelador Jezi Lopes de Souza, pelo publicitário Eduardo Tadeu Pinto Martins, de 47 anos e o menino Bernardo Boldrini, assassinado pela madrasta Gaciele Urgulin, com a colaboração direta da “assistente social” Edelvânia Wignovicz. Sem falar nos crimes bárbaros e fúteis cometidos por adolescentes protegidos pelo ECA!
Sabem a razão de eu ter colocado aspeada a palavra assistente social antes do nome de Edelvânia. Porque sou assistente social também e me envergonho pelo que ela cometeu, porque somos ensinados a defender a vida dos mais carentes, defender crianças de maus tratos e não matá-las barbaramente, sem dar-lhes qualquer direito de defesa. Mas isso é um assunto que o Conselho Federal de Serviço Social terá que resolver, cassando-lhe o título e proibindo-lhe de usar essa palavra porque envergonhará toda uma categoria profissional que luta pelo bem estar das pessoas e não pratica a morte contra ninguém.
Para que tanta violência? Por que tanta barbárie? Será que desaprendemos a viver em sociedade? Cobro bastante projetos, programas e propostas, mas também sinto-me envergonhado com o que foi aprovado pelos deputados para a Educação no Brasil. No papel, ficou lindo, mas, na prática, teremos que esperar uns 40 anos ou mais para percebermos os resultados na prática.
Desejo e sonho com uma sociedade civilizada, vivendo em harmonia, defendendo e preservando direitos garantidos e conquistando de forma pacífica e ordeira novos direitos. Mas acho que vou morrer sem ter esse meu desejo concretizado, mas morrerei feliz se, pelo menos, sentir que meus filhos e netos – se os tiver, venham a viver em país ordeiro e civilizado chamado Brasil, porque cada sociedade, como afirmei no início dessa crônica, escolhe a sociedade na qual deseja viver democraticamente.
Cansei, mas enquanto tiver vida e Deus me preservar lúcido, continuarei lutando para realizar em vida esse meu sonho de ter um Brasil justo, sério, com menos impostos, mais politizado e feliz. Amem!