Alguém me Escute 1

Singela semelhança entre o tempo corrido

E o tempo esperado,

Com os pés descalços na terra,

Em seu próprio abrigo...

Seu sentimento era como o inesperado.

Rasteja, mas nunca ataca sem motivo.

Arisco...

Desconfia quando pressente o perigo,

Até passar despercebido.

Mas nunca despreocupado.

Apenas sem querer ser visto...

Notável.

Até sua mente ser alarmada

E se encher do ar destemido.

Abusar do seu bom e velho comprimido...

E em seu sangue, o veneno do extraordinário.

Era como o inevitável absurdo que se surgia...

Nem mesmo o infinito

Ele jamais teria se acabado

Nem mesmo se não estivesse mudo

Ele jamais teria falado

Era como o surto de uma epidemia

Invisível e devastadora...

Incontrolável...

Assombrado...

Demoníaco.

Quando percebeu,

Seu inconsciente já havia sido violado,

Junto com sua eterna esperança.

Todas suas idéias haviam sido jogadas na corredeira do esquecimento...

Sua coragem transpunha sua dignidade.

Digno de seu reinado...

Mesmo assim ele se entregou ao sistema da humanidade...

Raphael Campos
Enviado por Raphael Campos em 11/05/2007
Código do texto: T483284
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