Gerações diferentes

Ande meio preocupado com meu motor de reciclagem. Ele está meio cansado. O combustível composto de ideias anda “batizado”. Ultimamente estou sendo ultrapassado por essa gente com celulares online. Um exército dela. Ignorado por outra trupe que curte música sertaneja. Que admira e é muito compreensiva com novidades sociais que não alcanço entender como justificável. Estar ficando velho deve ser isso: no primeiro estágio a gente estranha um pouco, mas se adapta e adere. Num segundo, engole seco e num terceiro, seja o que Deus quiser. É um tipo de isolamento; de exílio voluntário das convivências que culmina com o apego excessivo à gostos adquiridos em décadas anteriores. Que lástima! O corredor das mobilidades vai ficando cada vez mais estreito. Os círculos frequentáveis encolhendo as faces e percebe-se um respeitoso afastamento dos mais jovens. Parece que você vai ficando estrangeiro por falar um idioma mais arcaico e ter costumes diferentes. Alguns de nós tentam forçar um pouco a barra e raros não perdem a originalidade. O contraponto disso são alguns jovens que “envelhecem” um pouco mais precocemente e ficam por ali garimpando gostosas antiguidades por perto da gente. Acho que compreendo os jovens porque quando sinto um velho correligionário de mesma década mais mofado do que eu... Vai me dando nos nervos. Pelo menos tenho a desculpa de não ter mais paciência para essas coisas.