A vida é assim: cheia de contradições. Às vezes estamos felizes, às vezes tristes, com problemas(nunca sem eles), se estamos amando, não somos amados ou vice - versa e se vivemos a simplicidade de amar e ser amado, arranjamos um jeito de complicar tudo. Se temos dinheiro achamos um porre podermos comprar tudo, mas se não temos, fazemos promessas mirabolantes para ganhar na mega sena. E assim passaria horas escrevendo sobre as contradições da vida.
               Estamos sempre numa busca tão intensa pela felicidade que não prestamos atenção nos pequenos momentos felizes que a vida nos oferece. A vontade de reclamar é muitas vezes maior do que a de perceber esses fulgazes momentos. Precisamos estar atento e prontos para viver cada um deles quando eles acontecem.
               A maturidade me ensinou a aproveitar meus pequenos momentos de felicidade mesmo que sozinho: Entrar numa livraria e passar horas escolhendo livros ou cds e dvds, sentar num café com meu laptop e escrever(como estou fazendo agora), passar um dia me cuidando num day spa ou simplesmente pegar um avião e ir passar uns dias no Rio de Janeiro, cidade que eu adoro. São coisas que posso fazer sozinho e me deixam extremamente feliz. Problemas existem e sempre existirão. Aliás esse é o grande desafio da vida: Ser feliz apesar deles.
               Recentemente perdi uma grande amiga para o câncer. No dia do diagnóstico o médico lhe deu pouco tempo de vida Choramos juntos e eu lhe perguntei o que queria fazer. Ela me respondeu sorrindo: Viver. E foi o que ela fez e tive a honra de estar ao seu lado nesta jornada. Foram os momentos mais felizes da minha vida.
                Hoje quando penso nela, não sinto tristeza ou revolta. Lembro-me do seu sorriso, sua generosidade e sua imensa vontade de ser feliz. Percebi que perdia muito tempo guardando rancor, mágoas e raiva no meu coração e minha vida estava passando. Não virei uma Pollyana, mas descobri que minha felicidade só depende de mim e que as pessoas, mesmo meus grandes amigos, iriam fugir das minhas lamentações.

José Raimundo Marques
Enviado por José Raimundo Marques em 02/06/2014
Reeditado em 02/06/2014
Código do texto: T4830058
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