Faxina e Papel Crepom.
Por Carlos Sena.
Acho que boa parte das pessoas que não passavam sem uma empregada doméstica, agora tem que se contentar, no mínimo, com uma diarista. A rigor, muitos nem precisavam de nada. Basta entender que "faxinar" não diminui ninguém. Não transforma mais homem em menos homem, nem tira elegância nem finess de mulher.
Acho que limpar a casa tem muitos pontos positivos, inclusive o de gastar calorias. Isso para os diabéticos é uma beleza e para quem não é se reveste de exercício meio aeróbio igualmente importante. Claro que há pessoas que não tem condições físicas de "faxinar", mas para os que querem e podem se reveste de coisa boa. Boa porque a gente descobre que uma boa faxina não é fácil fazer. E que nem sempre as diaristas a fazem com a competência do dono da casa. Para os donos da casa, principalmente os que tem filhos é um bom pretexto pra desenvolver neles o sentimento coletivo de "cuidar da casa". Dividir com eles essa habilidade é muito bom, inclusive porque incute a divisão social do trabalho. Porque a burguesia trata os serviços da casa como um derivado da escravatura, mal comparando. As domésticas e diaristas, idem. Algo como que um sub-trabalho!
Fato é que a nova lei das domésticas "revolucionou" a relação com as outrora "piniqueiras", inclusive provocando na categoria um certo desemprego, ao que se noticia. A burguesia fedorenta adorava tripudiar em cima dos empregados domésticos. Hoje... Talvez menos, mas isso já é um avanço. O bolsa família tem também contribuído com esse avanço, porque boa parte das pessoas que um dia foram "escravas" de patroas despóticas, agora já sabem que há uma proteção legal.
Independente de viés ideológico, fazer sua própria faxina, mesmo que vez por outra, não é coisa de quem quer economizar. Um dentre tantos benefícios de quem faxina, é descobrir coisas que bem poderiam ir pro lixo ou serem dadas a quem Precisa. Descobre-se também que a sua faxineira, quase sempre se perde nos detalhes da limpeza. Descobre igualmente o prazer de você mesmo entrar num processo de limpeza que depois de pronta nos dá o prazer da coisas limpas e cheirosas, tudo feito por você. A "faxina" interior, infelizmente não tem essa praticidade. É muito mais trabalhosa do que a de casa, mas nos leva aos céus. Quem faz faxina (passei o dia todo fazendo isso em Gravatá) descobre que ela só nos ratifica a assertiva de que "não somos feitos de açúcar nem revestidos de papel crepom"...
Por Carlos Sena.
Acho que boa parte das pessoas que não passavam sem uma empregada doméstica, agora tem que se contentar, no mínimo, com uma diarista. A rigor, muitos nem precisavam de nada. Basta entender que "faxinar" não diminui ninguém. Não transforma mais homem em menos homem, nem tira elegância nem finess de mulher.
Acho que limpar a casa tem muitos pontos positivos, inclusive o de gastar calorias. Isso para os diabéticos é uma beleza e para quem não é se reveste de exercício meio aeróbio igualmente importante. Claro que há pessoas que não tem condições físicas de "faxinar", mas para os que querem e podem se reveste de coisa boa. Boa porque a gente descobre que uma boa faxina não é fácil fazer. E que nem sempre as diaristas a fazem com a competência do dono da casa. Para os donos da casa, principalmente os que tem filhos é um bom pretexto pra desenvolver neles o sentimento coletivo de "cuidar da casa". Dividir com eles essa habilidade é muito bom, inclusive porque incute a divisão social do trabalho. Porque a burguesia trata os serviços da casa como um derivado da escravatura, mal comparando. As domésticas e diaristas, idem. Algo como que um sub-trabalho!
Fato é que a nova lei das domésticas "revolucionou" a relação com as outrora "piniqueiras", inclusive provocando na categoria um certo desemprego, ao que se noticia. A burguesia fedorenta adorava tripudiar em cima dos empregados domésticos. Hoje... Talvez menos, mas isso já é um avanço. O bolsa família tem também contribuído com esse avanço, porque boa parte das pessoas que um dia foram "escravas" de patroas despóticas, agora já sabem que há uma proteção legal.
Independente de viés ideológico, fazer sua própria faxina, mesmo que vez por outra, não é coisa de quem quer economizar. Um dentre tantos benefícios de quem faxina, é descobrir coisas que bem poderiam ir pro lixo ou serem dadas a quem Precisa. Descobre-se também que a sua faxineira, quase sempre se perde nos detalhes da limpeza. Descobre igualmente o prazer de você mesmo entrar num processo de limpeza que depois de pronta nos dá o prazer da coisas limpas e cheirosas, tudo feito por você. A "faxina" interior, infelizmente não tem essa praticidade. É muito mais trabalhosa do que a de casa, mas nos leva aos céus. Quem faz faxina (passei o dia todo fazendo isso em Gravatá) descobre que ela só nos ratifica a assertiva de que "não somos feitos de açúcar nem revestidos de papel crepom"...